Avós africanas cultivam maconha para criar família

Do Portal HD
17/08/2012 às 09:20.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:31
 (Reprodução/ The New York Times)

(Reprodução/ The New York Times)

Um país devastado pela Aids e com a maior taxa de infecção pelo HIV no mundo. Assim é Suazilândia, localizado próximo da África do Sul, onde as famílias acabaram destruídas pela doença. Uma delas é a de Khathazile, que precisa cuidar de 11 netos após a morte das filhas.

Para sobreviver, a mulher conta com a ajuda de uma planta bem comum no país, uma variedade da machonha, conhecida como Ouro da Suazilândia (Swazi Gold em inglês). Ela cultiva a droga nas distantes montanhas da região de Piggs Peak, e, com isso, consegue recursos para alimentar os netos.

"Sem a maconha, nós estaríamos morrendo de fome", explicou Khathazile ao jornal The New York Times. A mulher é apenas uma das milhares que plantam maconha na zona rural do país para conseguir ampliar a renda.

Com solo rochoso, a região tem um clima propício para a agricultura, forma encontrada pela população para fugir da pobreza extrema. A maioria dos jovens acaba deixando a área e migrando para as grandes cidades, como Mbabane e Manzini, em busca de melhores condições de vida.

Economia baseada na maconha
 


Apesar do cultivo, muitas mulheres nunca experimentaram a droga.
(Foto: Reprodução/ The New York Times)

 

De acordo com a reportagem do The New York Times, quando a plantação fornece uma colheita farta, as famílias conseguem até 11 quilos de maconha. Porém, como vendem para intermediários e não sabem negociar, ganham apenas cerca de US$ 400 a cada safra.

Apesar do cultivo, muitas mulheres nunca experimentaram a droga. É o caso de Sibongile Nkosi, 70 anos, que já viu os efeitos da maconha em outros moradores. "Se eu fumar vou cair no chão!", diz.

Sibongile planeja parar com a atividade, mas, por enquanto, essa continua sendo a única fonte de renda para custear a educação dos dois netos, que chega a quase US$ 400 por ano. "Quando você está em uma situação de pobreza tem de fazer qualquer coisa para sobreviver", lamenta.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por