Bandidos fazem aulas de voo com piloto de Perrella

Marcelo Godoy
27/02/2014 às 09:00.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:18

Segundo um relatório sigiloso preparado pela inteligência das Polícias Civil e Militar e pelo Ministério Público Estadual (MPE), integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), tiveram aulas de voo em 2013, no Campo de Marte, na zona norte de São Paulo. Alexandre José de Oliveira Junior, copiloto do helicóptero do deputado federal Gustavo Perrella (SDD-MG) teria sido o professor dos bandidos. O objetivo: um audacioso plano de fuga usando um avião Cessna 510, um helicóptero Bell e um Esquilo blindado e com as cores da Polícia Militar.

O dinheiro abundante do tráfico de drogas fez com que o uso de aeronaves se tornasse comum entre os criminosos do PCC. A facção usa helicópteros para o transporte de malotes com milhões de reais de uma região para a outra do Estado e para pagar fornecedores de maconha e de cocaína.

No dia 29 de janeiro, por exemplo, integrantes da facção embarcaram em um helicóptero no Guarujá, no litoral paulista, para levar R$ 1,4 milhão para São Paulo. A aeronave pousou no Campo de Marte, na zona norte, onde os bandidos desembarcaram com o dinheiro em malotes. Um grupo de choque do PCC os aguardava e fez a segurança do dinheiro até a zona leste da capital. Segundo o relatório da inteligência policial paulista, o dinheiro havia sido arrecadado com o tráfico de drogas na Baixada Santista. Ele seria destinado para o pagamento de fornecedores das drogas.

Os homens da inteligência desconfiam que o helicóptero usado para transportar o dinheiro seja o mesmo que serviu para o voo de reconhecimento do plano de resgate, feito por Márcio Geraldo Alves de Ferreira, o Buda, em 29 de novembro do ano passado. Ele é um dos suspeitos apontados pela polícia como responsável por montar a base de apoio dos criminosos em Porto Rico, no Paraná, para resgatar Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.

Buda seria também o responsável pelos contatos dos alunos de pilotagem do PCC com o bandido Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, que se esconde no Paraguai, onde é o gerente dos negócios de Marcola. Na semana passada, o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) pediu à Justiça sua prisão temporária, que foi negada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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