Enquanto a presidente Dilma Rousseff (PT) deve sofrer dificuldades para aprovar os projetos de interesse do governo no Congresso, com a presidência da Casa nas mãos de Eduardo Cunha (PMDB) e os nomes do PT de fora da Mesa e do comando das principais comissões, na Assembleia Legislativa de Minas a relação do governador Ferrando Pimentel (PT) com o Legislativo começa bem diferente.
Na última quarta-feira (11) foi batido o martelo sobre a presidência das comissões e o bloco da situação vai ficar com dez delas, duas das três principais, a de Constituição e Justiça e a de Administração Pública.
A princípio, a base ficaria com nove, dentre elas também a de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO), uma das três mais relevantes. Entretanto, em acordo com os independentes, o governo cedeu o comando deste grupo para o bloco, e assim abocanhou mais uma e somou dez. Com isso, o bloco chamado “Compromisso por Minas” ficou com cinco comissões.
A oposição ficou com a presidência de outras seis. A composição das comissões respeita a proporcionalidade do tamanho dos blocos. Como a base é maioria, também ocupará o maior número de cadeiras em cada uma delas.
“O acordo que nós fizemos na finalização dos blocos, na eleição da Mesa e na composição das comissões, dá ao Pimentel uma posição muito favorável”, disse o líder do bloco da situação, deputado Rogério Correia (PT). “Situação favorável” é maior facilidade para tramitar e aprovar projetos de interesse do governo, como a reforma administrativa, que deve ser votada após o carnaval. Segundo o governo, o custo anual das mudanças será de R$ 1.016.882,67.
Oposição
Para o tucano João Vítor, o PSDB “perdeu” espaço na Assembleia. “O PSDB abriu mão de tudo. Não teremos a presidência de nenhuma comissão importante, perdemos a liderança dos blocos”, argumentou. Segundo ele, a “opção” da legenda foi “pouco discutida e imposta por algumas lideranças”. Contudo, o deputado garante que não há racha no grupo.