(Carlos Rhienck)
Uma das mais antigas corretoras de Belo Horizonte, a Corval Corretora de Valores S.A, com sede no bairro Mangabeiras, região Centro-Sul, teve decretada, nessa quinta-feira (11), a liquidação extrajudicial pelo presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini.
Segundo documento emitido pelo BC, o ato ocorreu após constatada “a existência de graves violações às normas legais e estatutárias que disciplinam a atividade da instituição”. O comprometimento financeiro e patrimonial também foi citado no documento.
Circula no mercado a informação de que um grande investidor teria pedido o resgate de R$ 1 milhão e a Corval não teria caixa para honrar o compromisso.
Essa teria sido a origem da denúncia ao Banco Central, que iniciou a investigação que culminou na liquidação.
Próximos passos
O BC nomeou Tupinambá Quirino dos Santos como liquidante para encerrar as operações da corretora.
Ele chegou à Corval às 9 horas da manhã dessa quinta e saiu por volta das 17h30. Santos, que saiu do Rio de Janeiro com uma equipe de aproximadamente dez pessoas, não confirmou a informação do resgate frustrado.
O BC também determinou a indisponibilidade dos bens do controlador e dos ex-administradores que atuaram nos doze meses anteriores à data dessa quinta-feira.
Entre eles estão o controlador Orlando Gomes e os ex-administradores Carlos Augusto Vieira Fraga, Luis Rodrigo Esteves de Souza e Mauricio Abreu Murad. O Hoje em Dia tentou contato com os administradores, mas eles não foram localizados nessa quinta.
De acordo com o liquidante, um balanço do rombo será realizado para saber quanto os sócios devem e como se deram as violações. Em paralelo, será levantado o patrimônio da corretora. Os bens serão alienados para cobrir as dívidas com os clientes e tributárias, caso existam. Os funcionários e a quitação de impostos têm prioridade.
Os clientes que possuem ações na Corval, segundo o liquidante, devem escolher outra corretora para a custódia dos papéis. Será realizada, ainda, uma auditoria para saber se as ações pertencem, realmente, a quem são creditadas.
Fontes com bom trânsito no mercado de capitais informaram que a Corval era uma corretora sem muita notoriedade, de pequeno porte, com atuação restrita e conhecida por não se envolver em negócios de risco.
Funcionários continuam trabalhando
A reportagem do Hoje em Dia foi à sede da Corval, no bairro Mangabeiras, verificar a movimentação no escritório da corretora. Nenhum cliente estava no local no fim da tarde dessa quinta-feira.
Segundo o liquidante nomeado pelo Banco Central, Tupinambá Quirino dos Santos, alguns investidores ligaram no decorrer do dia e ele mesmo atendeu às ligações, explicando o ocorrido.
Os 19 funcionários da corretora que atuam na sede seguirão trabalhando até que a liquidação seja concluída. Aqueles que têm direito a férias sairão a partir desta sexta-feira (12).