Belo Horizonte perde áreas verdes com extermínio de árvores

Editorial
11/07/2012 às 06:08.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:28

Reportagens publicadas nos últimos dias por este jornal mostram que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) deve ficar mais atenta à questão da perda da cobertura vegetal no município. Considerando-se o tamanho territorial e o número de habitantes, a situação ainda é ecnfortável, mas vem-se deteriorando rapidamente com o aumento acelerado de novos empreendimentos imobiliários, em construção ou projetados.   Ainda existem 18 metros quadrados de áreas verdes por habitante. Portanto, mais que os 12 m² recomendados pela Organização das Nações Unidas para grandes centros urbanos. Porém, eram mais de 29 m² em 1997. Em apenas 15 anos, houve uma perda de 62,5% nas áreas verdes. Acendeu-se a luz amarela.   Os incentivos concedidos pela PBH à criação de Reserva Particular Ecológica (RPE), por lei de 1993, resultaram em alguns benefícios. Mas o balanço não parece animador. Passados quase 20 anos, existem apenas cinco dessas reservas e outras quatro aguardam oficialização. Essas nove áreas representariam a preservação, por um mínimo de 20 anos contados a partir do decreto que concede os incentivos fiscais, de apenas 287 mil metros quadrados. Aproximadamente o tamanho do Parque Municipal, única área verde importante na região central da cidade. A maior RPE, com 66 mil m², está na região de Venda Nova.   Da relação publicada pelo jornal, causa estranheza, por exemplo, a ausência dos 148 mil m² de mata nativa do antigo Country Club de Belo Horizonte, que fica a apenas seis quilômetros da Savassi. Que a explicação para essa ausência não implique a derrubada da mata para futuras expansões de quadras esportivas do clube. Não se vê também na relação da prefeitura nenhuma área da Serra do Curral, que vem sendo objeto de cobiça de construtoras, para projetos imobiliários. Em boa hora foi criado por decreto, em 1966, o Parque das Mangabeiras.   Talvez esteja faltando empenho da Secretaria Municipal de Meio Ambiente para a criação de mais reservas protegidas. Essa secretaria parece fragilizada diante da imposição de corte das árvores plantadas há muitos anos no meio de avenidas, para dar lugar às áridas pistas do futuro Transporte Rápido por Ônibus (BRT).   No passado, quando uma árvore devia ser removida para atender ao assim chamado progresso, havia o cuidado de arrancá-la com o torrão em volta das raízes, para ser transplantada em outro lugar. Hoje, impera o trabalho assassino e menos caro das motosserras.

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