Bom de rua, ótimo de pista com poucas mudanças, HB20 se transforma em divertido carro de corrida

Rodrigo Gini
19/07/2019 às 17:28.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:37
 (Rodrigo Ruiz / Hyundai)

(Rodrigo Ruiz / Hyundai)

Ele foi uma aposta certeira da Hyundai para o mercado brasileiro e agora, às vésperas de ganhar sua segunda geração, faz bonito também nas pistas.

A Copa HB20 nasceu da combinação da iniciativa do piloto e concessionário Daniel Keleman; da equipe gaúcha Fast Racing, responsável pelo desenvolvimento dos primeiros protótipos e do desejo da montadora sul-coreana em reforçar no Brasil sua ligação com o automobilismo (disputa o Mundial de Rally e, com o hatch i30, os campeonatos de turismo no regulamento TCR). E chegou para dar continuidade a uma tradição de monomarcas que já envolveram Uno/Palio; Corsa e Clio.

Na visita do campeonato ao Circuito dos Cristais, em Curvelo, foi possível levar o HB20 de competição para um passeio pelo traçado de 3.020m usado pela categoria. O interior foi devidamente “pelado”, recebendo a gaiola de proteção em aço, banco concha e os cintos de cinco pontos, além do painel que exibe as informações do sistema de monitoramento eletrônico ProTune (inclusive tempos de volta e parciais). A ordem é manter ao máximo o parentesco com o exemplar à venda nas concessionárias. 

O motor Gamma 1.6 recebe apenas alguns ajustes (filtro, escape livre e mapeamento), despejando 160 cavalos nas rodas dianteiras. Embreagem e câmbio são os de série, com mudança apenas na engrenagem da segunda marcha, que é a usada no HB20X, mais curta e adequada ao (ab)uso esportivo. As pastilhas de freio dianteiro são mais duras e os pneus são os Pirelli Cinturato radiais 195/50 R15.

Com o piloto (campeão do Turismo Nacional em 2018) e preparador Fabiano Cardoso no banco do carona (o carro é o usado para levar convidados nas voltas rápidas), chega a hora de acelerar. 

Chave geral acionada, o ronco invade a cabine e os primeiros metros chegam sem os desentendimentos típicos com o pedal da esquerda dos modelos de corrida. O que chama a atenção de cara é, sem trocadilho, a velocidade de resposta do acelerador eletrônico.

Fabiano faz as vezes de “navegador” e vai indicando a trajetória ideal, até onde é possível atacar e a melhor forma de aproveitar ao máximo potência e torque. As luzes no painel avisam o momento certo de subir as marchas e, na reta de cerca de 800m de extensão, o motor supera sem sustos os 5.800rpms fazendo a paisagem passar rápido. Na hora de frear, o conjunto dá conta do recado. Rodrigo Riuz / Hyundai

DE SÉRIE – Pneus e freios dão conta do recado sem sustos

As quatro voltas proporcionam diversão de sobra e a certeza de que, com mais tempo de pista, é possível ganhar intimidade para fazer a coisa ficar séria e os tempos caírem como se deve. O regulamento restrito (é possível mexer apenas na pressão dos pneus traseiros, entre 40 e 60psi) premia o braço e a sensibilidade, como é o objetivo da categoria. Melhor de tudo, uma das características marcantes do HB20 de rua (a dureza da suspensão traseira) nesse caso é virtude.

Pena que custa mais do que o modelo das ruas (uma temporada está orçada em R$ 200 mil) mas, para quem pode, já diz o ditado, ‘mais vale um gosto do que dois tostões’.

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