Centrais sindicais protestam em São Paulo contra terceirização do trabalho

Agência Brasil
15/04/2015 às 17:17.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:39

Centrais sindicais e movimentos sociais realizam um protesto, nesta quarta-feira (15), em frente à Federação da Indústrias dos Estado de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista, em São Paulo, contra o projeto de lei 4330, que regulamenta a terceirização no mercado de trabalho,    Este é um dos protestos que acontecem durante a quarta-feira (15) em São Paulo e outras cidades, como parte do Dia Nacional de Paralisação. Um ato político deve ocorrer no mesmo local, por volta das 16h.   "O ato tem um simbolismo importante, sobretudo pelo que representa esse nefasto projeto da terceirização", disse Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Segundo ele, o projeto “obriga os trabalhadores a um trabalho penoso, insalubre, com menos salário e maior incidência de doença ocupacional e óbito. Isso é o que se verifica hoje no trabalho terceirizado".   De acordo com o sindicalista, "Esse projeto é um atentado aos direitos sociais e trabalhistas porque pressupõe a extinção do direito constitucional do trabalho, a extinção da CLT e a desregulamentação dos direitos sociais e trabalhistas". Segundo ele, o ato é realizado em frente à Fiesp porque ela foi "a principal mentora na articulação dos empresários". Procurada pela Agência Brasil, a Fiesp ainda não se pronunciou sobre o assunto.   Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), disse que, caso o projeto seja aprovado, uma greve será convocada em todo o país. Segundo ele, os deputados e senadores que votarem a favor do projeto terão suas "caras colocadas no país inteiro, na internet e em postes, como traidores da classe trabalhadora e financiados por empresários e patrões". "Se for necessário faremos uma greve para impedir esse PL 4330", acrescentou.   "É mentirosa a visão de que esse projeto é para regulamentar os 12,7 milhões de terceirizados que existem. É mentira canalha. Esse projeto não é para isso. Ele permite que os outros 40 milhões, que não são terceirizados, se tornem terceirizados a partir do momento que acaba com o conceito de atividade-fim”, argumenta o dirigente sindical   Se passar o projeto, da forma como está escrito, segundo o presidente da CUT, “o trabalhador será demitido porque o patrão poderá demiti-lo para contratar uma empresa que vai trazer um trabalhador custando a metade do que o empregado custa. Esse projeto significa o fim da CLT, acabando com as férias".   A intenção dos organizadores do protesto é permanecer durante toda a tarde em frente à Fiesp, esperando que os manifestantes de um ato no Largo da Batata, marcado para as 17h, reúnam-se com eles na Avenida Paulista. Outro protesto é realizado neste momento, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) por movimentos de moradia, também contrários ao projeto de terceirização.   Segundo Maria das Graças Xavier, coordenadora da União Nacional por Moradia Popular, "Esse ato é em defesa da moradia digna, contra os cortes fiscais e a favor da reforma política e urbana", disse ela. "Com a terceirização, perde-se vários direitos". A intenção, explicou Maria das Graças, é que os manifestantes caminhem e encerrem o ato na sede da Caixa Econômica Federal também na Avenida Paulista, a poucos metros de distância. O movimento pretende ainda ir de ônibus a Brasília, onde haverá um ato na quinta-feira (14).

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