Com medo de manifestação, comerciantes fecham lojas no centro

Folhapress
13/06/2013 às 17:21.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:06

SÃO PAULO - Comerciantes da região central de São Paulo decidiram fechar lojas antes do horário previsto devido ao protesto contra o aumento das tarifas marcado para as 17 horas desta quinta-feira (13), em frente ao Theatro Municipal. A maioria dos lojistas decidiu baixar as portas por volta das 15h30. Mesmo quem decidiu manter as lojas abertas avisou que fecharia no máximo às 16h30.
 
"Tem que fechar porque está todo mundo com medo da violência", disse uma funcionária da lanchonete Municipal, na praça Ramos. O estabelecimento, que costuma fechar às 22 horas, hoje fechará às 17 horas.
 
Às 16 horas, o clima já era de tensão na região. A Polícia Militar fez uma barreira na região do Theatro Municipal e revistou as pessoas que aparentavam estar no local para participar do protesto. Um vendedor das Casas Bahia disse que a loja começou a fechar às 16 horas, enquanto o normal seria às 21 horas. De acordo com a assessoria das Casas Bahia, a loja retomou as atividades normais às 17 horas.

Ao menos dez dos lojistas que mantiveram as lojas funcionando deixaram as portas entreabertas. Na rua Xavier de Toledo, 98, sede da Marítima Seguros, os funcionários foram dispensados às 15h30, quando o horário normal é às 18 horas. Um porteiro de um edifício comercial da região, que preferiu não ser identificado, disse que "no protesto da semana passada teve muito problema porque os funcionários não conseguiram ir embora devido à confusão. Por isso, [hoje] já foram embora".

Theatro Municipal

A direção do Theatro Municipal esvaziou na tarde de hoje as salas de aula dos cursos de dança e música da Praça das Artes, que integra o teatro, localizado no centro. De acordo com a Secretaria de Cultura, a decisão foi tomada como medida de segurança. Todos os alunos e funcionários dos dois cursos do centro, que é voltado às artes musicais e do corpo, foram dispensados. Já os funcionários do Theatro Municipal permanecem trabalhando normalmente, de acordo com a secretaria. O concerto com o Quarteto de Cordas, no Salão do Conservatório da Praça das Artes, está mantido para às 20 horas.
 
Sem acordo

Na quarta-feira, o Ministério Público de São Paulo reuniu-se com manifestantes do MPL (Movimento Passe Livre) - organizador dos protestos contra o aumento da tarifa do transporte público - e se comprometeu a marcar uma reunião com Alckmin e com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), para negociar uma suspensão, por 45 dias, do valor da nova tarifa de R$ 3,20. Antes do aumento, a tarifa de ônibus, metrô e trens custava R$ 3.

Nesta quinta, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), porém, afirmou descartou a possibilidade de suspender o aumento das tarifas pelo período. Procurada, a gestão Fernando Haddad (PT) ainda não se manifestou se aceitaria a proposta do Ministério Público. "Quanto a reduzir o valor da passagem, não há possibilidade", afirmou o governador, que foi a Santos com o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella, inaugurar uma delegacia e anunciar investimentos em segurança na região. "O reajuste foi menor que a inflação, tanto nos trens e metrô quanto nos ônibus", disse Alckmin.

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