Dom Orani diz que convívio com papa na JMJ pode ter contribuído para nomeação

Paulo Mauricio Costa - Folhapress
12/01/2014 às 21:36.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:18
 (Tomaz Silva/Agência Brasil)

(Tomaz Silva/Agência Brasil)

RIO DE JANEIRO - Dom Orani Tempesta disse neste domingo (12) acreditar que o seu convívio de sete dias com o papa Francisco em julho de 2013, durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), pode ter sido decisivo para sua nomeação a cardeal.

"Nos conhecemos e conversamos por uma semana. Isso não obriga o papa a nomear. Mas, ao fazê-lo, creio que ele teve em consideração o fato de saber mais sobre mim", afirmou. O arcebispo do Rio de Janeiro ponderou sobre as implicações políticas de sua ordenação no Vaticano.

"Ao escolher um arcebispo do Brasil, não há dúvida de que ele olha para o país com carinho, assim como para a América Latina." Para o padre Omar Raposo, reitor do santuário do Cristo Redentor, a realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) fez crescer o prestígio do arcebispo do Rio junto à Cúria Romana.

"O sucesso da visita do papa à cidade com certeza influenciou na indicação de dom Orani hoje", disse o padre. Opinião semelhante tem dom Paulo Celso Demartini, amigo de dom Orani desde os anos 1970, quando este era monge no mosteiro cisterciense de São José do Rio Pardo (SP). "Orani sempre foi um empreendedor. Isso se refletiu na organização da Jornada".

Peregrinação

No dia de sua nomeação para cardeal, dom Orani Tempesta cumpriu uma maratona dedicada à Trezena de São Sebastião, padroeiro do Rio. Depois de rezar missa às 8 horas no centro, o arcebispo foi informado de sua nomeação e se emocionou.

Em seguida, foi a uma paróquia no Leblon, na zona sul, e à comunidade da Cruzada São Sebastião, no mesmo bairro. De lá, passou pela paróquia Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, de onde seguiu para a Igreja da Ressurreição, em Copacabana, na qual celebrou sua primeira missa como cardeal ordenado pelo papa argentino.

Ao entrar na paróquia da Ressurreição, dom Orani foi aplaudido pelos fiéis que lotaram o templo. Durante o início da jornada católica na Igreja, ele se dirigiu ao público para afirmar, com bom humor, a importância das funções que lhe caberão como cardeal.

"Dá um frio na barriga. Foi uma surpresa e uma emoção muito grande. Sei que minhas responsabilidades vão aumentar. Peço a Deus que me dê o dom de bem representar o Rio e o Brasil no cardinalício".

Às 14 horas, pouco antes de deixar a Igreja, o religioso abençoou alguns católicos que se aproximaram, entre os quais o policial militar aposentado Florenço Almeida, 68. "Fiquei muito feliz pela indicação de dom Orani a cardeal porque ele merece. Tem lutado muito pelo Rio de Janeiro", disse Almeida, de olhos marejados.

Ainda em Copacabana, dom Orani a pé e sob forte calor subiu os acessos aos morros do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, nos quais conversou e abençoou moradores. Pelo caminho, era regularmente aplaudido.

O arcebispo do Rio disse que sua rotina não deve ser alterada até o final de janeiro. A fim de se reunir com o papa Francisco e outras autoridades do clero, ele deve seguir para Roma uma semana antes do Consistório, marcado 22 de fevereiro. No início da noite, dom Orani encerraria o dia de orações com missa no Corcovado.
   

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