Empresas se defendem após escândalo de carne adulterada

AFP
18/03/2017 às 14:47.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:47

As multinacionais brasileiras atingidas pelo escândalo de carne adulterada afirmaram neste sábado (18) que a qualidade de seus produtos não está em questão, enquanto cresce o temor entre a população de encontrar alimentos em mau estado nas gôndolas dos supermercados.

Uma investigação de dois anos trouxe à tona na sexta-feira (17) um esquema corrupto no qual inspetores sanitários recebiam subornos para autorizar a produção de alimentos não aptos para o consumo.

Foram emitidas 27 ordens de prisão preventiva e ao menos três frigoríficos foram fechados na sexta-feira, um dedicado ao sacrifício de frangos (do grupo multinacional BRF) e dois da empresa local Peccin que fabricavam mortadelas e salsichas, informou o ministério da Agricultura. 

Outros 21 estabelecimentos estão sob investigação e o ministério da Agricultura afastou de seus cargos 33 funcionários envolvidos no esquema.

As autoridades não especificaram em quais instituições foram constatados os produtos irregulares, mas afirmaram que em frigoríficos de pequeno porte foi detectado o uso de produtos "cancerígenos e usados para poder maquiar a característica física", o odor, disse o delegado Moscardi Grillo em uma coletiva de imprensa em Curitiba, de onde a operação foi dirigida.

Além da gigante BRF (dona das marcas Sadia e Perdigão), entre as empresas investigadas figura a JBS, líder mundial no mercado de carne, dona das marcas Big Frango, Seara Alimentos e Swift, entre outras. 

"No despacho da Justiça Federal que deflagrou a operação, não há qualquer menção a irregularidades sanitárias ou à qualidade dos produtos da JBS e de suas marcas", afirmou a JBS em um comunicado que ocupava uma página inteira no jornal O Globo. 
    
Publicidade com Robert de Niro

A televisão continuava mostrando neste sábado o famoso ator americano Robert de Niro em uma publicidade de presunto "gourmet" da marca Seara, propriedade da JBS. No anúncio, De Niro aparece na província de Parma degustando pedaços de presunto com  "autêntico sabor italiano", segundo uma de suas falas no comercial.

Em outro espaço contratado em uma página completa nos jornais, o grupo BRF "assegura a qualidade e a segurança de seus produtos e garante que não há nenhum risco para seus consumidores".

Mas para a professora Silvia Farías, que faz suas compras em um supermercado do Rio de Janeiro, as informações de que alguns frigoríficos poderiam ter adulterado o frango com papelão são preocupantes. "Vamos ao supermercado, compramos carne para que nossa família consuma e o que esperamos? Que esteja em bom estado, nunca ia imaginar que a carne poderia estar misturada com papelão", disse à AFP.
    
Preocupação com exportações

O Brasil é o primeiro exportador mundial de carne bovina e avícola, com presença em ao menos 150 países.

 Mercosul e a União Europeia.

brasileiro.

"Não se pode colocar em xeque o sistema inteiro pela conduta de uma minoria", alegou Novakci, afirmando que todas as exportações brasileiras são fiscalizadas também ao chegar a outros países, razão pela qual descarta que qualquer produto adulterado chegue a ser distribuído no exterior.

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