Escritor João Ubaldo Ribeiro morre aos 73 anos no Rio

Estadão Conteúdo
18/07/2014 às 08:10.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:25
 (Reprodução)

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O escritor João Ubaldo Ribeiro, de 73 anos, morreu na madrugada desta sexta-feira, 18, vítima de uma embolia pulmonar. O corpo do escritor será levado à sede da Academia Brasileira de Letras (ABL), onde ocorrerá o velório, por volta de 10h. Ainda não há informações sobre horário ou local do enterro. João Ubaldo, o 7º ocupante da cadeira 34 da ABL, faleceu em sua casa, no Leblon, na zona sul do Rio.
O poeta maranhense Ferreira Gullar, de 83 anos, lamentou a morte de João Ubaldo Ribeiro, "sem dúvida um dos mais importantes escritores brasileiros", afirmou. "Fiquei surpreso porque, pelo que sabia, ele estava bem de saúde. Havia atravessado um período de dificuldade, mas se recuperado. Foi uma notícia chocante", disse Gullar.

"Um romancista de nível muito alto, enorme qualidade, de obras maravilhosas como 'Viva o povo brasileiro', 'O sorriso do Lagarto' e 'Sargento Getúlio', além de ser um cronista sensacional, com muito senso de humor. Eu era leitor dele; toda semana lia João Ubaldo. Não era um amigo frequente, de estar sempre com ele, mas éramos amigos de muitos anos", disse o poeta.

A escritora Nélida Piñon, que como João Ubaldo é imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), destacou o grande narrador que era o amigo. "Eu destacaria dois livros: 'Sargento Getúlio', que é uma pequena epopeia do Nordeste brasileiro, na qual encarna o autoritarismo, o poder e a servidão dos pobres; e também esse painel formidável que é o 'Viva o povo brasileiro', um romance que abrange a nossa formação ao longo dos séculos", disse.

Nélida, que conhecia João Ubaldo há mais de 30 anos, enalteceu as qualidades do amigo: "Eu lhe devotava uma admiração enorme. Um homem muito engraçado, divertido, de sólida cultura que devia à imposição paterna. João Ubaldo era um homem apaixonado pelas conquistas humanas do pensamento", disse. Assim como Gullar, Nélida contou ter ficado surpresa com a notícia da morte, e muito triste.

"Lamentamos a sua morte porque morreu moço, aos 73 anos, tendo ainda tanto a dar à língua do Brasil", completou Nélida Piñon.

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