Greve de ônibus em Porto Alegre fecha órgãos públicos e dá espaço a clandestinos

Felipe Bächtold - Folhapress
29/01/2014 às 20:24.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:40

PORTO ALEGRE - Uma greve de motoristas e cobradores de Porto Alegre nesta quarta-feira (29) provocou o fechamento de órgãos públicos, reduziu o movimento no centro da cidade e estimulou a proliferação de transporte clandestino pelas ruas.    Os trabalhadores começaram a mobilização no início da semana, reduzindo parte das atividades, e decidiram interromper totalmente os trabalhos a partir desta madrugada. Apenas ônibus intermunicipais e do serviço de micro-ônibus executivo circularam pelas ruas da capital gaúcha.    A Câmara dos Dirigentes Lojistas estimou a queda nas vendas nesta semana em 25%. Como os funcionários não conseguiam chegar ao centro, órgãos como uma central de serviços públicos e setores do Tribunal de Justiça não funcionaram.    O serviço municipal de micro-ônibus executivo, com passagem a R$ 4,20, virou a única alternativa para muita gente. Sob um calor de 35ºC, longas filas se formaram no centro à espera dessas lotações.    No fim da tarde, vans e ônibus piratas ofereciam transporte da região central para bairros mais afastados por até R$ 5.    Ana Lúcia Rodrigues, 45, funcionária de uma loja no centro, decidiu procurar uma van depois de enfrentar muitos transtornos para chegar ao trabalho. "Fiquei duas horas esperando uma lotação de manhã. Está difícil", diz.    Justiça    O sindicato dos trabalhadores diz que a paralisação total está mantida para quinta-feira (30), apesar de a Justiça do Trabalho ter determinado que pelo menos 30% da frota fique em circulação. A multa diária prevista é de R$ 50 mil.   Os motoristas e cobradores pedem reajuste de 14%, enquanto as empresas oferecem 5,5%. Os consórcios dizem que não têm como oferecer uma contraproposta porque não há perspectiva de reajuste da tarifa, hoje em R$ 2,80.   O prefeito José Fortunati (PDT) diz que está tomando "todas as providências" para garantir a volta da normalidade. Na terça-feira (28), ele chegou a insinuar que as empresas haviam combinado a greve com o sindicato dos trabalhadores. Afirmou que as duas entidades estavam em "lua de mel".    As empresas agora pedem na Justiça o apoio da polícia para garantir a circulação dos veículos.    Na semana passada, um protesto contra o reajuste da tarifa reuniu centenas de manifestantes na capital gaúcha e teve atos de vandalismo.

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