"Não há aumento da desigualdade no Brasil", diz ministra de Desenvolvimento Social

Tai Nalon - Folhapress
27/09/2013 às 15:06.
Atualizado em 20/11/2021 às 12:50

BRASÍLIA - A ministra de Desenvolvimento Social, Tereza Campello, respondeu nesta sexta-feira (27) à tendência verificada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2012 que a desigualdade no Brasil ficou estagnada.    Segundo ela, "não há aumento da desigualdade no Brasil", apesar de a pesquisa diagnosticar que o rendimento das faixas de renda mais alta cresceu num ritmo mais acelerado do que as de renda menor, especialmente no extrato do 1% mais rico da população.    O dado que sinaliza a concentração maior de renda indica que o rendimento dos que estão no topo da pirâmide (1% mais ricos) cresceu 10,8%, numa velocidade superior à média e ao das faixas de menor remuneração. A renda dos 10% mais pobres cresceu 6,6%.    "Não tem aumento da desigualdade no Brasil. A gente vinha tendo uma redução muito grande da desigualdade, teve agora uma desaceleração desse processo, mas a desigualdade continua caindo no Brasil. Para 2013, vamos ter um salto ainda maior. A desigualdade continua caindo no Brasil, para nós isso é um indicador importante", disse Campello.   A ministra disse ainda que vai se debruçar sobre esses dados, que ainda não foram totalmente destrinchados pelo governo. Também disse que programas sociais que foram implementados no meio do ano passado, como o Brasil Carinhoso, tiveram um impacto subestimado, por se tratar de um retrato de 2012.    "De 2012 para 2013 acho que vamos ter surpresas importantes, que já são perceptíveis pelos últimos dados da PNE", completou a ministra.    Analfabetismo    Campello também rebateu registro de queda da taxa de analfabetismo -disse que a interpretação é "contraintuitiva". Segundo a Pnad, pela primeira vez em 15 anos, o índice das pessoas de 15 anos ou mais de idade que não sabem ler e escrever aumentou no país, interrompendo uma tendência de queda contínua que se acelerou principalmente desde o fim dos anos 90.    "[A partir dos dados] na verdade, não dá para se afirmar que houve ampliação, seria até contraintuitivo, porque se tem um aumento do nível de escolaridade em todas as faixas no Brasil. A população adulta não aumentou. Essa variação acredita-se que é uma variação de avaliação da própria amostra. Então, avaliação do IBGE, que não dá para dizer que aumentou, que ele está estável", afirmou.    Para a ministra, "não dá para dizer se aumentou 0,1% ou se está no mesmo lugar". "O que se dá para dizer é que é um número estável", disse.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por