Por falta de provas, adolescentes suspeitos de morte de dentista são soltos

Folhapress
02/10/2013 às 17:40.
Atualizado em 20/11/2021 às 12:59

SÃO PAUO - Os três adolescentes indiciados pela Polícia Civil de São José dos Campos (a 97 km de São Paulo) por suposto envolvimento na morte do dentista Alexandre Peçanha Gaddy, 41, que apareceu queimado em seu consultório em maio, foram soltos pela Justiça por falta de provas.

A sentença, expedida na segunda-feira (30) , é do juiz Marco César Vasconcelos e Souza, da Vara da Infância e da Juventude da cidade. Com isso, o processo sobre a participação dos adolescentes está encerrado.

Duas adolescentes de 15 e 17 anos e um 16 anos, além de dois adultos, foram apontados como responsáveis pela tentativa de assalto ao consultório e pela morte do dentista. A base da investigação era o depoimento dessa adolescente de 15 anos, que, segundo a polícia, confessou o crime num primeiro momento. Todos os demais sempre negaram a participação no crime.

Os dois adultos, que já estavam detidos por outro caso de roubo quando foram indiciados pela morte do dentista, continuam presos e aguardam julgamento.

A polícia concluiu o inquérito um mês após a morte de Gaddy com base apenas no depoimento da adolescente, sem provas técnicas. Câmeras de monitoramento do bairro, por exemplo, não flagraram quaisquer pessoas entrando ou saindo do consultório do dentista.

Em juízo, a adolescente mudou a versão que teria dado à polícia. Além disso, ao menos um dos adolescentes tinha um álibi - estava em outro lugar no momento do crime. O caso está sob sigilo.

Segundo Denivaldo Barni, advogado da jovem de 17 anos denunciada pela colega, os três adolescentes foram liberados da Fundação Casa ontem.

O promotor da Infância e da Juventude João Marcos de Paiva, que pedia a condenação dos adolescentes, não foi localizado pela reportagem. Ele está em férias. Sua equipe informou que o Ministério Público ainda não foi notificado da decisão e, por isso, não pode informar se vai recorrer.

Procurados, o delegado Osmar Henrique de Oliveira, que presidiu o inquérito no início, e o delegado seccional, Leon Nascimento Ribeiro, não quiseram se manifestar.
O dentista Alexandre Gaddy foi encontrado queimado na noite de 27 de maio em seu consultório. Ele foi socorrido por vizinhos que ouviram seus gritos e ficou internado por uma semana, mas não resistiu.
Objetos do consultório haviam sido separados para ser levados, mas nada foi roubado do local.
 

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