Seminário internacional vai debater a violência contra a mulher

Sara Lira - Hoje em Dia
20/05/2015 às 08:07.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:07

O debate sobre a violência contra a mulher pretende ganhar força em um evento a ser realizado em São Paulo entre esta quarta e quinta-feira (20 e 21). A partir do 1º Seminário Internacional Cultura da Violência contra as Mulheres, especialistas pretendem criar uma carta compromisso que será distribuída entre as entidades participantes, visando a propor ações de prevenção para diminuir a o problema.

O evento será promovido pelos Institutos Vladimir Herzog e Patrícia Galvão, em parceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, ONU Mulheres e Fundação Ford.

De acordo com o diretor executivo do Instituto Vladimir Herzog, Ivo Herzog, o objetivo é entender o processo de formação da cultura de violência e desrespeito contra as mulheres em vários países.

A ideia do seminário surgiu após a pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada em 2013, que revelou dados alarmantes sobre violência contra a mulher no Brasil, como a estimativa de que, entre 2009 e 2011, 16,9 mil feminicídios tenham sido registrados no país.

“Percebemos que é uma violência comum para muita gente e que as pessoas não se atentam para isso. Então, pensamos em gerar esse debate e reflexão na sociedade”, destacou.

Programação

Durante a programação serão debatidos, em painéis, questões como as perspectivas e elementos para uma cultura de não-violência contra as mulheres, o papel da mídia na desconstrução dessa cultura e desafios para mudar esse cenário. Estão confirmadas as presenças de 20 especialistas de países como Argentina, Costa Rica, México, Inglaterra e Estados Unidos.

Para Herzong, o Brasil ainda é um país machista e que cultiva o desrespeito contra a mulher. “Há cidades em que 100% das jovens acima dos 12 anos já foram violentadas, por alguém da família ou político. É uma tradição cultural, mas a gente quer botar uma luz e mudar isso”, exemplificou.

Centenas de participantes de vários estados brasileiros vão participar e, ao fim, será feito um pacto de não tolerância à cultura de violência contras as mulheres.

“O público do seminário, de maneira geral, é muito ligado a defesa dos direitos da mulher nas mais diferentes instâncias. Os participantes vão sair de lá com muita informação para desenvolvimento de programas, agindo dessa maneira mais do que tratando as feridas, mas sim a prevenção da ferida”, enfatizou.

O evento terá transmissão em tempo real via Google Hangout, com tradução simultânea em inglês e espanhol, pelo site do evento (clique aqui).
 

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