Tratamento precoce é discussão 'delirante, esdrúxula', diz a médica Luana Araújo, na CPI da Pandemia

Da Redação*
02/06/2021 às 14:40.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:04
 (Waldemir Barreto/ Agência Senado)

(Waldemir Barreto/ Agência Senado)

O tratamento precoce contra a Covid não tem comprovação científica, reforçou nessa quarta-feira (2), a infectologista Luana Araújo, depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, no Senado.

"É uma discussão delirante, esdrúxula, anacrônica e contraproducente. Quando disse que há um ano atrás estávamos na vanguarda da estupidez mundial, infelizmente, mantenho isso em vários aspectos. É como se a gente estivesse escolhendo de que borda da Terra plana a gente vai pular, não tem lógica", afirmou a médica.

A especialista também disse que não sabe o motivo da saída da equipe do Ministério da Saúde. Aos senadores, acrescentou que, apesar de ter trabalhado alguns dias na pasta, não chegou a ter a nomeação publicada..Waldemir Barreto/ Agência Senado / N/A

Aos senadores, acrescentou que, apesar de ter trabalhado alguns dias no ministério, não chegou a ter sua nomeação publicada para chefiar a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19

Ao se definir como "uma pessoa assertiva e segura da sua competência", a infectologista relatou que, apesar de não ter recebido uma justificativa detalhada do motivo da desistência, foi procurada pelo ministro Marcelo Queiroga. “O ministro, com toda a hombridade que ele teve ao me chamar, ao fazer o convite, me chamou ao final e disse que lamentava, mas que a minha nomeação não sairia, que meu nome não teria sido aprovado”, relatou.

Formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e com residência em infectologia pela mesma instituição, Luana Araújo também é mestre pela Universidade de Saúde Pública Johns Hopkins. A médica disse à CPI que quando foi convidada pelo atual ministro da Saúde para chefiar uma secretaria na pasta lhe foi apresentado “um projeto sólido, baseado em evidências, de superação desses obstáculos no contexto brasileiro, e também a necessidade de alguém técnico e competente para conduzir esse trabalho” . “Aceitaria o convite para esta posição enquanto me fosse garantida a autonomia necessária e sempre sempre fossem respeitadas a cientificidade e a tecnicidade. Vejam, eu pleiteei autonomia, não insubordinação ou anarquia”, ressaltou.

Testagem

Questionada sobre o que fez na pasta nos dez dias de trabalho, a infectologista disse que foi consultora de Queiroga em vários assuntos: desde a vacinação propriamente dita, do momento das gestantes e dos eventos adversos, até o programa de testagem em massa. “Acho que é público que o nosso programa de testagem, até esse momento, era um programa com inúmeras falhas, um programa reativo, um programa que precisava retomar as rédeas do diagnóstico e do rastreamento de contato de pacientes”, avaliou.

* Com informações da Agência Brasil

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