Brasileiros já gastaram US$ 14,5 bilhões com viagem ao exterior

Hoje emDia
25/08/2013 às 07:34.
Atualizado em 20/11/2021 às 21:17

Os brasileiros estão se tornando cidadãos do mundo. Viajam mais que nunca, e jamais gastaram tanto no exterior, como neste ano. Só em julho, mês de férias escolares nos países mais procurados e também aqui, foram gastos US$ 2,2 bilhões – ou 10% mais que em julho de 2012. Nos sete meses do ano, os gastos com viagens ao exterior somaram US$ 14,5 bilhões. É um valor recorde, representando 14% de aumento em relação ao mesmo período do ano passado.
 
Esse impulso de conhecer ou revisitar paragens estrangeiras, se de um lado é bom para o desenvolvimento cultural dos brasileiros – e desejável numa economia globalizada – ele traz sérios inconvenientes para nossa balança comercial e de serviços. No mês passado, a chamada conta corrente do país ficou negativa em US$ 9 bilhões. O rombo foi 140% maior do que o registrado em julho de 2012, quando ninguém se preocupava com a valorização do dólar. No ano, o déficit acumulado, de US$ 52,5 bilhões, quase se igualou ao rombo registrado em todo o ano passado.
 
A expectativa é a de que a alta do dólar, que torna mais caro esse turismo de brasileiros, refreie o ímpeto viajante. Ou encurte a extensão das viagens, em favor dos pontos turísticos existentes em Minas e noutros estados. Mas, se o custo das passagens de avião continuar subindo bem acima do aumento da renda da classe média, para muitos o melhor a fazer é procurar desfrutar as atrações de sua própria cidade ou região. Não será ruim para nosso Produto Interno Bruto e nem prejudicará irremediavelmente nosso desenvolvimento cultural.
 
É isso ou, como tantas vezes no passado, o contingenciamento dos gastos dos turistas no exterior.
 
Essa é uma das medidas ao alcance do governo, que parece pouco inclinado a remar contra a corrente que vem determinando os rumos econômicos do Brasil pelo menos desde meados da década de 1990. O que significa que o governo continuará na expectativa de que o mercado vai resolver também o problema das viagens.
 
Talvez tão significativo nos dados divulgados na última sexta-feira pelo Banco Central, é que um antigo bicho-papão do Brasil – a remessa de lucros e dividendos para o exterior – parece não assustar mais. Em julho, tais remessas somaram US$ 1,215 bilhão, já descontadas as rendas de mesma natureza vinda dos investimentos brasileiros no exterior. Entre janeiro e julho, essas remessas líquidas totalizaram US$ 15,3 bilhões. Ou US$ 3,6 bilhões menos que nos sete meses de 2012.

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