Câmara avalia pedido de cassação de vereador que disse que exoneraria quem não aderisse à greve

Anderson Rocha
18/06/2019 às 12:14.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:09
 (Divulgação)

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A procuradoria da Câmara Municipal de Belo Horizonte iniciou nesta terça-feira (18) a apuração de aceitabilidade  do pedido de cassação do mandato de Gilson Reis (PC do B) por suposta quebra de decoro parlamentar. O motivo é a fala do vereador em  sessão da última quarta-feira (12), ocasião em que ele afirmou que exoneraria seus funcionários que não aderissem à Greve Geral de sexta (14).
 
O protocolo com o pedido de cassação de mandato foi  entregue pelo coordenador do movimento Mais Brasil, com sede em BH, Caio Coelho, de 24 anos, por volta das 13h dessa segunda-feira (17). Para ele, o decoro parlamentar pede a manutenção da boa imagem do cargo de vereador e da Casa, situações que foram quebradas por Reis. 

"Essa atitude trouxe a sensação de que todo o dinheiro investido na Câmara está disponível para atender a um fim privado", afirmou, por telefone. "Eu vejo as pessoas falando que ele tem imunidade parlamentar. O problema não é a fala em si e sim a ameaça nos gabinetes, nos bastidores. O problema é a atitude de ameaçar (os funcionários)", completou Caio. 

Na quinta-feira (13), um dia após a fala polêmica, Gilson utilizou o mesmo espaço da Câmara para afirmar que seu intuito era demonstrar sua contrariedade à Reforma da Previdência e seu apoio à Greve Geral. 

"Não tive acesso à representação entregue. De toda forma, é legítimo que qualquer pessoa faça manifestações na Câmara.  Porém, é insensato esse pedido (de cassação). Eu tenho direito de fala na Casa. Esse indivíduo é ligado a setores  de direita. Parece mais uma tentativa de desgastar o meu  mandato, mas estou tranquilo. Não há nenhum problema",  opinou, por telefone.

Ainda segundo Gilson, antes de funcionários, sua equipe é composta por militantes, que trabalham dentro e fora da Câmara, pela cidade. Sobre a paralisação nacional, Reis afirmou que seus funcionários não foram à Câmara pois "começaram a trabalhar cedo por vontade própria para organizar a greve". 

Trâmites para análise 

Após avaliação de teor e aceitabilidade, e em caso de acato pela presidência da Casa, o pedido de cassação de mandato será apresentado na primeira reunião plenária da Câmara, que está programada para 1º de julho.

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