Câmara de BH investiga sumiço de equipamentos eletrônicos licitados

Ezequiel Fagundes - Hoje em Dia
18/02/2016 às 06:53.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:27
 (André Brant)

(André Brant)

A Câmara Municipal de Belo Horizonte abriu um processo administrativo para investigar o sumiço de equipamentos eletrônicos adquiridos pela própria Casa. Pela sindicância, pelo menos dez objetos não foram localizados. Entre eles, uma TV de 55 polegadas, dois fones de ouvido profissionais, dois microfones sem fio, além de cinco racks (estantes) metálicos. O Hoje em Dia teve acesso ao relatório do setor de Patrimônio do Legislativo.

Os objetos extraviados fazem parte de uma compra de equipamentos realizada pela Câmara por meio da concorrência pública 01/2013. A vencedora da concorrência foi a empresa Projesom Projetos e Instalações de Som Ltda. Na ocasião, a gestão da Casa era de responsabilidade do vereador Léo Burguês de Castro (PSL).

Ao todo, o contrato, que recebeu cinco aditivos, custou exatos R$ 5.582.874,00 aos cofres públicos. Foram adquiridos 1.212 itens eletrônicos, incluindo dezenas de caixas de som, vídeos projetores, caixas acústicas, cabos, além de vários aparelhos de TV de última geração, entre outros.

Conforme relatório assinado pela chefe de Almoxarifado e Patrimônio da Câmara Kênia S. Lages, o setor de emplaquetamento (sic) dos bens começou a receber as notas fiscais dos equipamentos adquiridos em agosto de 2014.

Apuração precária

Segundo relato da servidora, devido ao grande volume de trabalho, a identificação dos bens só foi iniciada em dezembro de 2014. Ainda assim, “de forma lenta”, pois não havia um funcionário que pudesse acompanhar de “forma contínua”.

Como dificultador, ela destacou a aposentadoria e a transferência de dois funcionários que estavam fazendo a apuração. “Mesmo precariamente, os trabalhos continuaram”, escreveu Kênia Lages.

“Tivemos muitas dificuldades na condução dos trabalhos, pois um grande número de itens não são emplaquetáveis (sic) como, por exemplo, cabos de rede, softwares, kits de conectorização (sic), painéis para conexões, lentes. Além disso, muitos bens estão instalados sobre forros de teto ou estão dentro de outros bens, portanto, não são visíveis. Desta forma, não temos como controlá-los ou inventariá-los”, conclui a servidora.

A Câmara deu 15 dias úteis para a Projesom provar que os equipamentos foram entregues. A firma foi notificada em 3 de fevereiro. Portanto, tem até 29 próximo para se manifestar.

Procurado, o vereador Léo Burguês disse que, por enquanto, não tem o que falar. O responsável pela Projesom não retornou aos pedidos de entrevista.

Já a Câmara informou que a sindicância poderá ser arquivada ou apontar culpados.

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