Câmara Municipal de Belo Horizonte entra renovada em 2013

Do Hoje em Dia
31/12/2012 às 07:23.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:11

A Câmara Municipal de Belo Horizonte começa bem renovada para os trabalhos de 2013. Dos 41 eleitos em outubro passado, a minoria – 19 vereadores – já exercia o mandato. Entre eles, o atual presidente Léo Burguês, do PSDB, que foi o 18º mais votado e que faz campanha para presidir por mais dois anos a Casa. Os 22 novatos deveriam se debruçar sobre o que ocorreu nos últimos quatro anos, que muito contribuiu para esse alto índice de renovação, ao escolher o novo presidente.

O episódio que mais marcou essa legislatura foi a tentativa de elevar em 61,8% o salário dos vereadores. Léo Burguês defendia a proposta e presidiu a sessão de votação. Dos que votaram a favor, apenas nove foram reeleitos, entre eles Alexandre Gomes (PSB), Henrique Braga (PSDB), Leonardo Mattos (PV) e Tarcísio Caixeta (PT), que também concorrem à presidência da Câmara. Outros candidatos são Daniel Nepomuceno (PSB) e Pablito (PSDB), que estavam presentes na sessão e, como Léo Burguês, se abstiveram de votar.

Apesar do grande clamor popular, a proposta foi aprovada pela maioria dos vereadores e vetada pelo prefeito Marcio Lacerda. O reajuste bem acima da inflação não se justificava, numa Câmara que, sob a presidência de Léo Burguês, se destacou pelos gastos perdulários. Levantamento feito pela imprensa, com base em dados da própria Câmara, verificou que nos últimos quatro anos ela consumiu mais de R$ 47 milhões. O dinheiro foi gasto no pagamento de salário de R$ 9.200 dos vereadores – o qual, a partir de 2013, será de R$ 12.400 – e da verba indenizatória de até R$ 15 mil a que cada um se deu ao direito de receber mensalmente. Uma fonte de suspeições.

Pouco antes da diplomação dos eleitos em outubro, o Ministério Público Eleitoral denunciou 12 vereadores, dos quais seis reeleitos, por uso dessa verba para comprar gasolina para a campanha eleitoral. Também nessa campanha, ficou conhecido o jingle satirizando Léo Burguês, que teria gastado mensalmente R$ 1.500 de sua verba indenizatória com lanches comprados na mercearia da madrasta.

Gastos exagerados e trabalho medíocre em benefício da população. Em quatro anos de mandato, os vereadores aprovaram 798 leis propostas por eles, das quais 619 referentes a nomes de ruas, a declarações de utilidade pública e à concessão de títulos de cidadão honorário.

Se os novos vereadores querem renovar os costumes, eles devem procurar entre eles mesmos um bom candidato a dirigir a Casa.

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