Candidato Wanderson Rocha propõe retaliar empresas que demitirem e estatizar hospitais

Luisana Gontijo
lgontijo@hojeemdia.com.br
22/10/2020 às 20:46.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:51
 (Jales Studio Fotográfico/Divulgação)

(Jales Studio Fotográfico/Divulgação)

Cortar benefícios, isenção fiscal e socorro oferecido a grandes empresas na capital, além de reavaliar os alvarás de funcionamento daquelas que não mantiverem empregos, foram propostas defendidas pelo candidato do PSTU à Prefeitura de Belo Horizonte, Wanderson Rocha, nesta quinta-feira (22), em live no Instagram do Hoje em Dia. 

“A lei orçamentária traz perspectiva de arrecadação de R$ 12 bilhões em 2021. Esse orçamento não pode ser usado como vem sendo, com mais de R$ 2,5 bilhões para socorrer as grandes empresas, como se fez com a MGS e com a Inova, ligada à Odebrecht”, considerou o candidato.

De acordo com o candidato, mais de R$ 1 trilhão teria sido retirado do orçamento público no país para socorrer os banqueiros. “As grandes empresas têm isenções, não é justo que isso ocorra sem que elas garantam o emprego dos trabalhadores. A isenção não significa garantia do emprego. Na prefeitura, o PSTU compreende que essas empresas não recebam mais isenção fiscal e direcionem parte dos seus lucros para garantir emprego”.

Outra proposta explicitada por Wanderson Rocha foi a de estatizar hospitais filantrópicos e privados que atendem pelo SUS na capital. Ele disse que, sendo eleito, “assim que assumirmos, vamos discutir a realocação do dinheiro público repassado aos hospitais filantrópicos e privados na capital”. Para o ano que vem, segundo ele, o valor a ser transferido a essas instituições estaria orçado em R$ 6,5 bilhões.

Wanderson Rocha, de 45 anos – que é professor da rede municipal de ensino na capital e fez sua formação política a partir do movimento estudantil, tendo presidido o Diretório Acadêmico da Faculdade de Educação da Uemg –, apontou que ele e a candidata a vice-prefeita em sua chapa, Firmínia, são do movimento negro, e que o PSTU – legenda que definiu como socialista e revolucionária – é o partido que tem, nacionalmente, a maior porcentagem de candidaturas negras, além de candidaturas LGBT. 

Segundo ele, a candidatura, em lugar de Vanessa Portugal – que em eleições anteriores era o nome apresentado pelo partido à Prefeitura de Belo Horizonte – mostra que o PSTU vem fazendo apostas em um processo de renovação. Vanessa Portugal é a única candidata da legenda à Câmara Municipal. 

“Vanessa está com este novo desafio, o fato de ela ter uma experiência no movimento sindical, no movimento de luta pela moradia, vai contribuir muito como candidata a vereadora. É uma aposta que o partido vem fazendo, pelo histórico de luta que ela tem na cidade. Vamos ter uma mulher de luta, socialista, revolucionária na Câmara”, defendeu.

Wanderson Rocha advoga ainda para que o orçamento da educação na capital seja elevado de 25% para 30%. Segundo ele, esse é o percentual preconizado na Lei Orgânica municipal. Entre suas críticas à educação em BH, o candidato apontou que a ampliação das Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis) divulgada pela atual administração seria baseada na tese de que “é melhor ter duas crianças atendidas do que uma criança em tempo integral”.

“Não dá mais para a gente conviver com o que acontece na educação no município. Em 2019, foi repassado R$ 1 bilhão à iniciativa privada e a instituições sociais. Vamos fazer uma auditoria para cancelar isso”, falou o candidato, alegando ainda que, sendo eleito, adotaria o pagamento do piso nacional aos professores municipais, que estaria em torno de R$ 1,8 mil. Segundo ele, que é professor do município, o piso em BH estaria em cerca de R$ 1,7 mil.

O PSTU, ressaltou Rocha, é favorável à unificação das polícias, com o fim do modelo militar. O partido pretende promover ainda uma discussão sobre o que é da competência da prefeitura em relação à Guarda Municipal. 

“Queremos fazer um debate neste processo eleitoral sobre o papel da Polícia Militar. O próprio policial que é negro chega às vilas e favelas batendo, matando negros, para depois perguntar nossa identidade. Entendemos que não dá para ter mais um braço armado, a Guarda Municipal deve estar na sua origem, de defesa do patrimônio”.

 
 

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