Carnaval espanta crise e ocupação média de hotéis deve ser de 75% em BH

Rafaela Matias
20/02/2019 às 19:24.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:38
 (Flávio Tavares/Arquivo)

(Flávio Tavares/Arquivo)

Em crise desde 2014, com fechamento de empresas, acirramento da concorrência, prejuízos e demissões, o setor hoteleiro de Belo Horizonte parece ter encontrado um oásis para reaquecer os negócios: o maior Carnaval da história da capital. A expectativa, anunciada pelo Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (Sindhorb), é a de que os estabelecimentos cheguem a 75% de ocupação na capital, em média, entre os dias 1º e 5 de março, crescimento de 20% em relação ao ano passado. 

Até agora, pelo menos cem hotéis já estão com lotação máxima, segundo o sindicato. Alguns oferecem até “kit ressaca” para atrair os foliões mais animados. Para dar conta da demanda, o setor deve abrir cerca de mil vagas temporárias e negociar o aumento remunerado da jornada com os funcionários fichados. 

Pesquisa realizada pelo Sindhorb com 49 hotéis da cidade aponta que, em algumas regiões, como Centro, Savassi e Pampulha, há possibilidade de lotação máxima e até overbooking, quando o número de reservas fica acima da quantidade de lugares realmente disponíveis. 

“Orientamos para que os hotéis se organizem e não deixem que isso ocorra, principalmente quando fazem parcerias e pacotes com agências de turismo”, disse o presidente do sindicato, Paulo César Marcondes Pedrosa. Para ele, a Festa de Momo deve se concretizar como a melhor data do ano para o setor hoteleiro. 

“Estamos tirando turistas de outras cidades e atraindo para cá, algo inédito no Carnaval”, comemorou. Neste ano, conforme a Belotur, BH deve receber 4,6 milhões de foliões, o que coloca a capital mineira na posição de segundo maior Carnaval de rua do país, atrás apenas de Salvador. 

Com base nas reservas feitas até agora, parte desses foliões virá de outros estados. “A capital receberá de 10 mil a 15 mil hóspedes durante a folia momesca, sendo que a maioria é do Espírito Santo”, afirmou Pedrosa. 

Para ele, o número só não será maior por conta da concorrência de aplicativos como o Airbnb e também pelo caráter ainda regional da festa. “A maioria dos foliões vem do interior de Minas e ficará hospedada na casa de parentes. Outros devem optar por locações via aplicativos, que são mais baratas, porém menos confortáveis”, disse. 

Para lidar com a concorrência e fisgar o folião que deseja conforto e bom custo-benefício, os hotéis optaram por manter o preço da diária atrativo, mesmo com a demanda mais alta. De acordo com a pesquisa, os valores devem variar entre R$ 85 e R$ 300 para uma pessoa e entre R$ 120 e R$ 400 para casais. 

Com o objetivo de ter a casa cheia, alguns estabelecimentos criaram estratégias e condições especiais. No Intercity BH Expo, localizado na Gameleira, próximo ao Expominas, os hóspedes que contratarem o pacote carnavalesco terão direito a kit ressaca, café da manhã reforçado, drinks e maquiadores profissionais. 

“Esperamos atingir uma taxa de ocupação de 80% e, para isso, estamos investindo em serviços diferenciados”, contou Sady Viana, gerente geral do Intercity. 

No hotel Ouro Minas, primeiro cinco estrelas da capital, a hospedagem durante a farra de Momo terá tarifa promocional, válida de 1º a 6 de março. A diária por pessoa, em apartamento duplo, custará R$ 144, enquanto no quarto triplo sairá por R$ 123. O pacote dá direito a café da manhã, acesso à área de lazer, caipirinha de boas vindas servida no Lobby Piano Bar e até “bailinho” exclusivo. 

  

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