Uma escola voltada para ensinar ciência da computação a crianças e adolescentes. Essa é a proposta da SuperGeeks – na tradução, um geek é um nerd digital – , que acaba de abrir duas franquias em Minas, uma na capital e outra em Uberlândia, no Triângulo. Além de desenvolverem habilidades computacionais, os alunos têm noções básicas de empreendedorismo.
Foi nesta proposta que o casal Bruna e João Paulo Ribeiro apostou. Após terem trabalhado nos Estados Unidos em empresas localizadas no Vale do Silício – berço de Google, Apple e Microsoft e outras – , decidiram que queriam voltar para o Brasil e aplicar recursos em um negócio voltado para a tecnologia. Eles investiram cerca de R$ 200 mil para abrir uma franquia da SuperGeeks, em Belo Horizonte.
“Estamos realizando ações voltadas nas escolas para apresentar esse modelo de curso. Acreditamos que indiferente da profissão que as crianças e adolescentes venham a escolher elas precisam ter a habilidade da ciência da computação no futuro”, diz Bruna.
Com a franquia aberta desde novembro do ano passado, a previsão do casal e recuperar o valor aplicado no negócio em até dois anos. Há, ainda, possibilidade de abertura de novas franquias.
A previsão da Associação Brasileira de Franchising (ABF) é que o segmento cresça entre 7 e 9% em 2017. No ano passado, as redes de franquia faturaram R$ 151,2 bilhões, 8,3% a mais que 2015. Os negócios envolvendo o ramo educacional, conforme dados da entidade, apresentaram evolução de 12,3% no país.
Metodologia
As aulas da SuperGeeks são voltadas para o desenvolvimento de habilidades tecnológicas. São três tipos de cursos oferecidos: os regulares, os extras e os “QuickCodes”, que são mais curtos, também conhecidos como cursos de férias.
No primeiro estágio, as crianças e adolescentes – na faixa dos 5 aos 17 anos – aprendem a criar jogos digitais em todas as etapas de desenvolvimento. Em um dos cursos, cada aluno cria seu drone, habilidade que envolve conhecimentos de robótica e programação. Em um estágio mais avançado, seja individualmente ou em grupo, cada estudante tem a oportunidade de montar uma startup e aí é preciso ter conhecimento em empreendedorismo.
“São habilidades gerenciais que os alunos passam a desenvolver. Quando o trabalho é feito em grupo, cada um cuida da área que tem mais afinidade, como marketing, desenvolvimento ou criação. Os estudantes conseguem vislumbrar que o que eles criam têm mercado”, afirma Marco Giroto, um dos fundadores da SuperGeeks.
Insistência em empreender deu frutos
Depois de tentar empreender em uma editora de áudiolivros e até na venda de uma cachorrinha inflável para cachorros, Marco Giroto conseguiu sucesso no ramo dos negócios quando fundou a SuperGeeks. “Já morei no Vale do Silício, nos Estados Unidos, e, por lá, é muito comum ver escolas voltadas para o ensino de tecnologia para crianças e adolescentes. Minha filha, por exemplo, tem 11 meses e já interage com o tablet”, diz.
A primeira escola foi aberta há três anos. Depois, com o rápido crescimento da instituição, Giroto criou uma rede de franquias, que conta com 40 unidades, sendo pelo menos mais 33 em negociação. Em Minas Gerais, a SuperGeeks conta com franquia em Belo Horizonte e Uberlândia, ambas, recém-abertas. “Temos o empreendedorismo como base do curso. As crianças já começam a desenvolver as respectivas habilidades, enxergando que já estão criando um produto voltado para o mercado. Ao fim do curso, a intenção é investir nos melhores projetos de startups apresentados”, garante o empresário.