A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) realizou nesta quarta-feira (26) uma ação simultânea em dez cidades mineiras para identificar possíveis ligações irregulares, conhecidas como “gatos”. Durante a manhã, técnicos vistoriaram os equipamentos de clientes residenciais e comerciais de Belo Horizonte, Ituiutaba, Uberaba, Juiz de Fora, Patrocínio, Ipatinga, Pouso Alegre, Itajubá, Divinópolis e Varginha.
O combate às ligações irregulares é realizado a cada 15 dias. E o prejuízo estimado chega a cerca de R$ 300 milhões anuais com fuga de energia. De acordo com gerente de Gestão e Controle da Medição e das Perdas da Cemig, Marco Antônio de Almeida, é um engano pensar que as irregularidades estão restritas aos consumidores de baixa renda. “A prática permeia todas as classes sociais. É uma questão de cultura e estamos tentando combater isso. O prejuízo é rateado entre a Cemig Distribuição e todos os consumidores adimplentes, diminuindo os ganhos da distribuidora e encarecendo a tarifa para aqueles que usam a energia de maneira honesta”, afirma.
Ainda segundo o gerente da Cemig, a tarifa dos consumidores mineiros poderia ser até 5% mais barata se não houvesse ligações irregulares e clandestinas na área de concessão da Cemig. Por isso, a Companhia investe em operações e possui, ainda, um centro de inteligência que acompanha o consumo em tempo real de todos os seus clientes. “Acompanhamos o consumo dos mais de 8 milhões de clientes e, além de fazer a rotina diária de inspeções através dessas avaliações de consumo, fazemos mutirões em todos o estado. Temos encontrado muitas irregularidades e, ao corrigi-las, conseguimos preservar a receita da Companhia”, destaca.
O mutirão está programado para seguir ao longo da semana, quando estão programados ainda cinco mil cortes por inadimplência e 650 inspeções em medidores de consumo de energia. Segundo a Cemig, com a medida, o retorno financeiro é estimado em cerca de R$ 10 milhões.
Prática criminosa
Caso seja confirmada a irregularidade pela Cemig, o titular da unidade consumidora pode responder criminalmente, já que a intervenção é crime previsto no artigo 155 do Código Penal e prevê multas e pena de um a oito anos de reclusão, além da obrigação de ressarcimento de toda a energia furtada e não faturada em até 36 meses, de forma retroativa.
“Além da sobrecarga na rede elétrica, as ligações irregulares podem causar graves acidentes e danos aos equipamentos elétricos e queda na qualidade da energia, devido às constantes interrupções no sistema elétrico provocadas pela sobrecarga gerada pelo consumo irregular. Vale lembrar, ainda, que várias ocorrências de rompimento de fios e queima de transformadores são registradas devido a essa prática criminosa”, finaliza Marco Antônio de Almeida.
Fonte: Cemig