Cemig tem prejuízo de R$ 60 milhões no segundo trimestre de 2018

Tatiana Moraes
tmoraes@hojeemdia.com.br
15/08/2018 às 20:00.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:56

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) encerrou o segundo trimestre de 2018 com prejuízo de R$ 60,3 milhões. No mesmo período do ano passado, o resultado foi positivo em R$ 138,1 milhões. A estatal atribui o desempenho negativo à valorização da moeda norte-americana, que afetou a dívida da companhia com emissão de Eurobonds em 2017, refletindo em despesa líquida de R$ 449 milhões. 

Conforme explica o relatório que acompanha o demonstrativo financeiro da empresa, a Cemig realizou a liquidação financeira dos Eurobonds em julho deste ano no valor de US$ 500 milhões, o equivalente a R$ 1,9 bilhão. Os títulos, captados no exterior, foram emitidos originalmente no ano passado e têm vencimento em 2024.

Proteção
Paralelamente à emissão, foi realizada uma operação de swap, que protege a companhia de altas inesperadas do dólar. No caso, o contrato prevê a troca do indexador quando a moeda norte-americana ficar entre R$ 3,85 e R$ 5. 
O motivo é simples. Como a dívida da Cemig na emissão dos títulos é em dólar, uma elevação brusca do câmbio poderia aumentar demasiadamente o débito. 

Operação
Inicialmente, os juros dos Eurobonds eram o custo da moeda mais 9,25% ao ano. Com a operação de swap, a dívida é trocada por 150,49% do CDI. A despesa de R$ 449 milhões, portanto, é menor do que seria se não houvesse a proteção. Poderia ser maior.

A geração de caixa também apresentou retração. No segundo trimestre deste ano, o lajida (lucro antes de juros impostos, depreciação e amortização) caiu 1,24%. 

Venda de energia
Com relação à venda de energia, foi apurado leve aumento de 0,8%. Na indústria, a queda foi de 1,74%. Conforme relatório da Cemig, a retração é consequência do encerramento de atividades e da migração de consumidores cativos para o mercado livre, ambiente em que a energia é negociada livremente.

Para o segmento rural, também houve redução. Neste caso, a baixa foi de 1,82%. O motivo é o alto índice de chuvas nas plantações, fator que reduziu a necessidade de irrigações artificiais, em que os sistemas são movidos a energia elétrica. 

Em contrapartida, foi registrado crescimento de 10,34% no consumo comercial, de 2,34% no residencial, de 1,91% na iluminação pública e de 2,17% no serviço público. Segundo o documento elaborado pela Cemig, os aumentos são reflexo de novas ligações.

A empresa informou que comentará o resultado em uma entrevista coletiva.

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