Cervejas artesanais estão de olho no Carnaval de BH

Tatiana Moraes
15/02/2019 às 22:20.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:34
 (OLHAR/DIVULGAÇÃO)

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Sem exclusividade na venda de marcas de bebidas no Carnaval de Belo Horizonte em 2019, que tem previsão de atrair 4,6 milhões de foliões, desfilando em 515 blocos, as fábricas artesanais da bebida comemoram alta nas projeções no faturamento. A expectativa de algumas empresas chega a 40% de aumento na receita, na comparação com o ano passado. Entre as estratégias para ganhar uma fatia da segunda maior festa de rua do país está a criação de uma associação para reunir as 19 microcervejarias de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e a inserção de embalagens individuais no mercado (long neck e latão). O patrocínio de eventos é outra ferramenta utilizada pelas cervejarias.

Ainda nesta semana será criada a Associação do Polo Cervejeiro de Nova Lima, concentrando as empresas da região. De acordo com o sócio e mestre cervejeiro da Krug Bier, Alfredo Figueiredo, que participa do processo, a ideia é fomentar o mercado e aumentar a venda do produto, ampliando, inclusive, a geração de emprego. 

A Krug já tem know how em festas (inclusive, tem um espaço próprio para a realização de eventos) e, para fortalecer a marca na balada, criou long necks da cerveja artesanal. Para o Carnaval, a empresa lança, amanhã, o latão de 473 ml. Nessa embalagem, serão comercializados quatro tipo do ouro líquido. “A diferença no preço do latão não é alta. Achamos que as pessoas venderão por aproximadamente R$ 8 cada embalagem”, afirma. 

O patrocínio dos eventos e blocos também é utilizado para conquistar o público. Além do circuito Pré-Carnaval Krug, a empresa investe no bloco Gilboismo, no Sion, no bloco Belô Pirô, no Mirante Raja Grill, no Bloco do Marcão, no mirante Raja, no Jungle Bier, no Parque Ecológico, entre outros. Conforme o diretor comercial da cervejaria, Rodolfo Viana, o patrocínio de bons eventos permite que o cliente tenha uma boa experiência com a marca. “Esperamos que mais clientes nos conheça, que eles gostem da nossa cerveja e que continuem comprando a marca por outros canais, seja supermercado ou delivery”, afirma. 

A Backer também vai apostar no patrocínio de eventos no Carnaval para divulgar a marca. No sábado, por exemplo, a cervejaria apoia o Projeto Cold Hot, realizado na avenida Brasil, o Bloco Gandaia, o Arrumação e o Folia na Vila. Além das festas em Belo Horizonte, a marca patrocina o bloco Trem Bier, em Tiradentes. “Belo Horizonte tem público para o mercado de cerveja artesanal”, garante o gerente comercial e de eventos, João Roberto Pires. Ele estima aumento de 10% nas vendas da bebida na festa deste ano, no confronto com 2018.

O gerente reforça que em 2019 o carro chefe é a cerveja Belorizontina. Além da embalagem de 600 ml, a Backer comercializa a bebida no modelo long neck. “A Belorizontina é a nossa cerveja de comemoração. Acreditamos que ela vá ter ótima saída no Carnaval”, afirma.

Loba aposta em blocos mais voltados às famílias na capital

Com produção mensal de 60 mil litros, a cervejaria Loba vai patrocinar blocos mais voltados à família na folia. Um deles é o Carnaval do Clube da Esquina, em Santa Tereza. “Acreditamos que a nossa marca pode ser melhor aproveitada nesses eventos. O retorno financeiro, inclusive, é melhor”, afirma o gerente comercial da cervejaria, Felipe DeFlor.

No Carnaval do Clube da Esquina é montando um contêiner da marca, que vende cerveja com exclusividade. O palco é fixo, com apresentação de diversos cantores, e há uma grande concentração de famílias e crianças. “Vendemos chope no copo descartável e pretendemos vender bem mais do que no ano passado”, afirma o gerente. No Carnaval deste ano, a Loba deve vender entre 30% e 40% a mais do que no ano passado, conforme o representante da empresa.

Com produção mensal de 15 mil litros, a Prussia apoia diversos blocos do Carnaval. Segundo o diretor executivo, Fernando Cota, a estratégia tem como objetivo apresentar a marca aos belo-horizontinos que ainda não a conhecem. “Patrocinamos o chope de algumas baterias em troca de exposição da marca e temos outras estratégias com os blocos”, diz Cota. 

Além disso, a cervejaria conta com um beer truck (automóvel que comercializa cerveja) em alguns blocos. Como reflexo do uso dessas ferramentas, a expectativa é a de que haja aumento considerável nas vendas, na comparação com 2018.

“Ano passado não houve muita interação com os blocos e festas. Neste ano tudo começou a mudar. A procura foi intensa, estamos procurando e sendo procurados. Com certeza 2019 será um ano para fazer negócio”, afirma.

A partir de 2020, o gerente acredita que os consumidores começarão a encontrar cerveja artesanal nos isopores dos ambulantes. “As pessoas estão gostando cada vez mais de cerveja artesanal. Acho que neste ano ainda é cedo, mas no ano que vem até os ambulantes vão vender a cerveja produzida em Minas Gerais”, diz.

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