Cientistas criam nano-velcro para detectar contaminação por mercúrio

AFP
10/09/2012 às 17:39.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:09

  PARIS - Cientistas suíços e americanos anunciaram a criação de um "nano-velcro" que permite detectar de forma rápida, eficiente e barata a presença de mercúrio, um contaminante tóxico e cumulativo, tanto na água quanto em peixes.   As fibras, feitas de nanopartículas de ouro recobertas com compostos denominados hexanotiol e alcanotiol, são unidas a partículas carregadas, também chamadas de íons, de elementos de metais pesados.   Quanto mais contaminantes forem capturados, mais condutoras se tornarão as fibras, o que significa que uma amostra pode ser facilmente medida submetendo-a a uma corrente elétrica.   A técnica foi testada medindo os níveis de metil de mercúrio nas águas do Lago Michigan, em frente a Chicago (Illinois, norte dos EUA), e em peixes mosquito capturados no Parque Nacional dos Everglades, na Flórida (sudeste dos EUA).   Nos dois casos, as amostras tinham níveis muito baixos de mercúrio e as medições corresponderam às análises feitas em separado pelos controladores ambientais americanos.   O mercúrio, um metal pesado que afeta o sistema nervoso e o cérebro, é produzido pela natureza, mas seu risco tóxico aumenta devido à industrialização, o que se agrava devido ao fato de que se acumula na cadeia alimentar.   Cada nano-velcro de teste teria um custo máximo de € 10 (cerca de US$ 12) e o equipamento de medição custaria vários milhões de euros, algo significativamente inferior ao custo dos métodos convencionais, explicaram os cientistas em comunicado divulgado no domingo.   "Com os métodos convencionais, é preciso enviar amostras a um laboratório, onde os equipamentos custam milhões de euros", disse Francesco Stellacci, da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça.   As amostras podem ser testadas in situ, o que ajudaria os especialistas que precisam fazer controles no terreno a ter uma avaliação instantânea. Os níveis de contaminação industrial podem variar segundo a produção e as condições ambientais.   O estudo foi publicado na revista científica Nature Materials.  

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