Clubes de lazer de BH vivem esperança de reabertura depois de três meses

Rodrigo Gini
Hoje em Dia - Belo Horizonte
11/06/2020 às 20:32.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:45
 (Orlando Bento/MTC)

(Orlando Bento/MTC)

Orlando Bento/MTC

Maior clube do país, Minas Tênis vive momento inédito de instalações vazias e sócios em casa

Eles são espaços de lazer e atividade física e, desde o dia 20 de março, estão com as portas fechadas, à espera de que a revisão dos protocolos sanitários adotados em Belo Horizonte permita sua reabertura. Seus funcionários fazem parte dos 8% de trabalhadores da capital que ainda não puderam retomar as atividades. Um contingente que, de acordo com os cálculos da Federação dos Clubes do Estado de Minas Gerais (Fecemg), chega a 10 mil pessoas, para um universo estimado em 500 mil associados. Num cenário de queda de arrecadação e ajustes para atender as exigências de prevenção, os clubes da cidade se organizam para superar o impacto econômico da pandemia e se adequar à nova normalidade.

Sem poder abrir as portas, mesmo para treinos de atletas de alto rendimento, a ordem foi reduzir ao máximo as equipes de trabalho em atividade e adequá-las ao cenário. Clubes como o Minas Tênis (o maior do país, com 82 mil frequentadores) e o Pampulha Iate Clube deram férias coletivas aos empregados em abril e se valeram da possibilidade aberta pela MP 936, com reduções de jornada ou suspensões temporárias dos contratos. A renda obtida com escolinhas, academias, restaurantes e lanchonetes está momentaneamente suspensa, o que torna ainda mais importante a taxa de condomínio, principal fonte de custeio. Ainda assim, a solução encontrada foi conceder descontos aos sócios (entre 15 e 25%) nas mensalidades, diante da impossibilidade de uso das instalações.

Diálogo
"Nós não queremos acelerar as coisas de uma forma irresponsável. Até por isso, pedimos à PBH e a seu comitê de enfrentamento que nos dêem de 10 a 15 dias para nos prepararmos adequadamente. Estamos em diálogo com as autoridades estaduais e municipais desde o começo da pandemia; participamos de uma audiência pública na Assembleia Legislativa sobre o tema e sabemos que nossa responsabilidade é dupla, com os sócios e os funcionários", destaca o presidente Ricardo Santiago. Ele dá um parâmetro do impacto da pandemia nas contas do clube. "Apenas em escolinhas, temos 14 mil pessoas, que no momento não podem praticar".

O Minas Tênis elaborou uma cartilha de protocolos de prevenção e segurança que foi disponibilizada à Fecemg e aos demais clubes. Se a data de reabertura ainda não foi estabelecida pela Prefeitura de BH, o trabalho atual é de desenvolvimento de nova sinalização e preparação do equipamento que estará à disposição e da nova realidade de funcionamento (dispensers de álcool em gel; adaptações no atendimento de restaurantes e lanchonetes; criação de escalas para o uso alternado de equipamentos de musculação e preparação física, entre outras medidas). Na próxima semana todos os funcionários serão submetidos a testes e, tão logo haja um horizonte de reabertura, ao treinamento para atuar conforme a cartilha.

Ele lista alguns fatores que podem favorecer a decisão pelo retorno e o processo de retomada das atrividades. "Em cidades como Curitiba e Florianópolis, que permitiram a reabertura dos clubes, não foi registrada uma explosão de casos ligada a isso. Além disso, contaremos com um ambiente totalmente controlado. Vamos fazer medição de temperatura dos frequentadores, descarte adequado de rejeitos e adotar todos os cuidados necessários. Nossa equipe médica elaborou os protocolos de forma criteriosa e responsável. E fizemos questão de oferecer o trabalho aos demais clubes. É importante que todo o segmento tenha condições de voltar oferecendo segurança aos sócios, até mesmo para que não ocorram novas interrupções".

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