(Frederico Haikal)
Embora o Natal seja uma data com grande potencial de venda e momento de recuperar parte das perdas do ano, em 2015 o mês de dezembro deve ser marcado pela troca de lembrancinhas. A Confederação Nacional do Comércio (CNC) estima que o desempenho do varejo tenha a primeira queda desde o início da série histórica, com o pior resultado em 12 anos. Para a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH), a expectativa é que as vendas encolham de 0,5% a 1% na comparação com o Natal do ano passado. Mesmo com o aumento do desemprego e da inflação, que corroem a renda dos consumidores, o vice-presidente da entidade, Marco Antônio Gaspar, prevê que as pessoas não deixarão de presentear, mas vão optar pelo que cabe no bolso. “O ticket médio deve ser 10% menor este ano. Não acreditamos em crescimento pela conjuntura toda do país. Já em 2016, esperamos um alento”, afirmou. No ano passado, o gasto médio com presentes foi de R$ 30 a R$ 50. Emprego As perspectivas de contratação de temporários e, principalmente de efetivação desses trabalhadores, também são baixas. Em Belo Horizonte, a previsão da CDL-BH é que haja uma queda de 10% neste tipo de contratações. Contenção A loja de brinquedos Brinkel, localizada no bairro Padre Eustáquio, reduziu cinco postos no quadro de funcionários fixos. E trabalhará no Natal com 55 temporários em vez dos 70 contratados na temporada de 2014, conta o proprietário, Altair Rezende. “Chance de efetivação somente se algum funcionário temporário demonstrar mais empenho que um funcionário fixo que não esteja produzindo tão bem”. Estratégias As principais estratégias utilizadas pelos comerciantes continuam sendo as promoções. “Vamos saber como será o Natal após o Dia das Crianças, que é um termômetro para lojas deste segmento. As datas em que mais vendemos não são propícias para liquidação. O que vamos fazer é selecionar alguns itens especiais para promoção. E também investir em anúncios”, completou Altair. Ainda há uma perspectiva pior para quem comercializa importados, devido à desvalorização do real frente ao dólar . “O comerciante deve pesquisar entre os fornecedores para negociar prazos e preços. Nos casos em que não há variedade de fornecedores, a solução é buscar produtos nacionais”, sugere o economista da Fecomércio Guilherme Almeida.