Com aliança, Cemig disputará leilão de quatro usinas

Tatiana Moraes
tmoraes@hojeemdia.com.br
23/09/2017 às 18:35.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:42
 (Cemig/Divulgação)

(Cemig/Divulgação)

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) vai participar do leilão das usinas de Volta Grande, Jaguara, Miranda e São Simão, a maior da companhia, por meio da Aliança, empresa que ela mantém em parceria com a Vale. A decisão foi confirmada ontem pela estatal. 

Paralelamente, a energética vai entrar com um mandado de segurança junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para adiar o certame, previsto para a próxima terça, 27 de setembro. Os executivos da estatal mineira alegam que a empresa foi prejudicada pelo acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU), que proibiu a negociação da Cemig com a União, derrubado pelo ministro Dias Toffoli na última quarta-feira.

A Cemig precisou se unir à Aliança para garantir os R$ 11 bilhões pleiteados pelo governo no certame. Afinal, o caixa da estatal é de R$ 2,5 bilhões e o endividamento é alto: até 2024, ela precisará pagar R$ 12,5 bilhões a credores. O próprio valor de mercado do grupo assusta. A Cemig vale R$ 10,6 bilhões na bolsa, menos do que ela pretende pagar pelas quatro usinas. 

Vale ressaltar que o valor a ser desembolsado pode subir, dependendo dos lances oferecidos pela concorrência. 

“Priorizar a redução do endividamento era o ideal para a Cemig. Não gosto da ideia de uma empresa tão alavancada com a Cemig fazendo novos investimentos, mesmo que por meio de parceiras”, critica o analista de Utilities da Lopes Filho, Alexandre Montes. Ele ressalta, no entanto, que a Aliança tem, por trás, a gigante internacional Vale, fator que facilita o empréstimo por meio de bancos. 

Detalhamento

A previsão é a de que a Aliança vá a mercado para captar os cerca de R$ 8 bilhões necessários para disputar as usinas de Volta Grande e São Simão. Para garantir Jaguara, a Cemig permanece com a tentativa de conseguir uma carta de fiança no valor de R$ 1,9 bilhão. 
Com a carta de fiança, a energética garante o pagamento pelo ativo. Caso ela não consiga cumprir o compromisso, entra em cena a instituição financeira que emitiu o documento. 

Até o momento, porém, nenhum banco confirmou que afiançará a estatal. O próprio BNDES foi procurado pela Cemig. O objetivo era criar um fundo de investimentos para que a Cemig entrasse no certame. As negociações foram interrompidas pelo acórdão do TCU.

Os R$ 1,1 bilhão necessários para ficar com Miranda virão das indenizações que serão pagas pelo Ministério de Minas e Energia à estatal como forma de amortizar os investimentos realizados em São Simão e na própria Miranda. 

Ontem, foi publicado no Diário Oficial rejeição do MME ao recurso impetrado pela Cemig para rever o valor a ser recebido. A decisão foi assinada pelo ministro Fernando Bezerra Filho.

O ministério bateu o martelo em R$ 1,027 bilhão. Dessa forma, a estatal mineira precisará recorrer aos bancos ou ao próprio caixa para pegar os R$ 73 milhões restantes que serão necessários para fechar a conta dos R$ 11 bilhões. A companhia não informou quanto estava pleiteando junto ao governo. 





 

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