Com ataques principalmente às propostas de governo, Zema e Anastasia participam de novo debate na TV

Simon Nascimento
scruz@hojeemdia.com.br
20/10/2018 às 13:48.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:20
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

O clima esquentou entre os candidatos ao governo de Minas Gerais Romeu Zema (Novo) e Antônio Anastasia (PSDB) em mais um debate do segundo turno das eleições de 2018. A conversa foi marcada por ataques do tucano às propostas de Zema e de denúncias de fake news que estariam sendo organizadas por apoiadores de Anastasia contra o candidato do Novo. 

A geração de empregos e entrevistas concedidas por Zema no decorrer da campanha eleitoral também foram pauta do programa. O debate foi realizado pela TV Record, no auditório do Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais, no bairro Estoril, Oeste de Belo Horizonte.

No primeiro bloco, Anastasia criticou o perfil do oponente para gerir a crise financeira do estado, além de apresentar discordância sobre o plano de governo de Zema. “É necessário conhecimento, experiência e conhecimento dos meios e instrumentos necessários para tirar o estado da crise”, disse o tucano. 

Zema defendeu-se das críticas e reforçou que privatizações devem ser realizadas em uma eventual gestão dele. "Privatizações só serão feitas se resultarem em melhorias para a população. Não queremos trocar o monopólio do estado, para o monopólio privado", garantiu. A produção de empregos também foi ponto de discordância entre os postulantes ao Palácio da Liberdade.

Enquanto Zema defendeu uma desburocratização dos processos para atuação de empresas no estado, que poderiam, segundo ele, resultar em vagas de trabalho, Anastasia apresentou propostas consolidadas no desenvolvimento da educação, para promover postos de emprego. 

O segundo bloco do debate foi marcado por uma denúncia de Romeu Zema à campanha de Anastasia. Em resposta à pergunta de um jornalista sobre a atuação do ex-governador do estado, Aécio Neves, em uma eventual gestão de Anastasia, Zema indicou que Neves estaria atuando já na campanha. 

“Esses ataques que estão sendo feitos contra a minha campanha, é coisa da turma do Aécio. Não são atitudes características do perfil do Anastasia”, disse. O tucano se defendeu e garantiu que não há nenhuma ligação com Aécio. “Ele foi eleito deputado federal e fará seu trabalho na Câmara dos Deputados. Nem ele, nem seus familiares terão interferência no meu governo”, afirmou. O candidato do PSDB ainda se defendeu de críticas dizendo que não foi apadrinhado por Aécio Neves. 

Outra polêmica do bloco foi sobre a Lei de Cotas para Deficientes nas empresas, em que Anastasia voltou a criticar o plano de governo de Zema. “Eu fico triste que meu adversário se mostrou contrário a essa lei, dizendo que traz dificuldades às empresas. Ela garante humanização e desenvolvimento social", acrescentou.

As propostas sobre os planos de governo voltaram ao centro das discussões no terceiro bloco. Enquanto Anastasia desaprovou as mudanças ocorridas nas versões do projeto de administração de Zema, o candidato do Novo disse que o plano do tucano é “genérico e de difícil entendimento”. 
Anastasia rebateu e chamou o programa de Zema de “aberração” e questionou: “O seu programa é para valer ou não?”, perguntou. As propostas para melhorias na saúde também esquentaram o debate. 

“É bom lembrar ao candidato que a saúde é direito de todos e dever do estado, como diz a Constituição Federal. Cabe ao poder público fornecer saúde pública ao cidadão”, disse Anastasia em relação às propostas de Zema sobre privatização em alguns serviços da saúde no estado. 

“Vamos aumentar a disponibilidade de leitos para pessoas que precisam de atendimento médico sem gastar recursos do estado, que está falido, quebrado. O senhor, Anastasia, tem uma restrição grande com a iniciativa privada, mas temos que lembrar que ela pode contribuir muito para melhorar a saúde dos mineiros”, pontuou Romeu Zema.

O ponto alto das discussões no quarto bloco voltou a ser a geração de empregos, quando Anastasia relembrou entrevista de Zema, em que o candidato disse que no Vale do Mucuri e Jequitinhonha seria possível contratar uma doméstica por R$300. 

"Ao contrário do que ele (Zema) diz eu não quero denegrir a imagem dele. Mas os mineiros precisam conhecer quem é o Zema, que é candidato ao governo, porque ele não é conhecido. Eu defendo a geração de empregos que agreguem valor aos mineiros", afirmou Anastasia. 

Em resposta, o candidato do Novo disse que o uso de sua fala sobre as domésticas é fruto de um incômodo da velha política à candidatura dele. "Não vamos levar empresas de tecnologia para o Vale do Jequitinhonha que pagariam salários de R$5 e R$10 mil. Precisamos levar empresas de produção de sapatos e roupas que consigam pagar um salário mínimo, ou até mais", disse.

Ao fim do debate, Anastasia voltou a descartar que tem mais experiência para administrar o estado e indicou que o adversário é uma "metamorfose ambulante". "Eu tenho mostrado aqui propostas do nosso adversário são fora da realidade, não têm eco dentro da realidade administrativa do estado de Minas Gerais, e ele tem concordado com isso. Tanto que ele tem refugado, fugido do seu próprio programa de governo", finalizou o tucano.

Zema, por sua vez, usou o discurso de que faz parte de um novo modelo de fazer política para garantir o voto do eleitor. "Vou fazer uma gestão melhor porque eu vou escolher o secretariado. A equipe dele foi escolhida pelos partidos da coligação. Ele é o técnico, mas não monta o time", acusou. 

Fake News

Durante o debate, Zema disse que dois sites registrados sob o CNPJ da campanha de Anastasia foram criados para disseminar notícias falsas contra o empresário. A assessoria do candidato do Novo informou que o caso foi denunciado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O tucano negou as acusações, disse que o adversário mentiu e pediu que as denúncias fossem provadas. "Não temos fake news, nós temos é realidade", defendeu-se Anastasia. 

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