Com medo de greve, motoristas lotam postos de combustíveis em BH; tanqueiros ameaçam parar

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
03/09/2018 às 08:40.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:15
 (Flávio Tavares/Hoje em Dia)

(Flávio Tavares/Hoje em Dia)

Os belo-horizontinos promoveram uma nova corrida aos postos de combustíveis nesta segunda-feira. Pelo terceiro dia consecutivo, filas quilométricas foram registradas nas bombas de gasolina da capital mineira.

O Sindicato dos Transportadores de Combustíveis e Derivados do Petróleo de Minas Gerais (Sindtanque-MG) confirmou que, desde a meia-noite desta segunda-feira (3), tanqueiros do Estado estão em estado de greve, que é uma situação aprovada pelos trabalhadores, alertando aos governantes que a qualquer momento eles poderão deflagrar uma greve.

Por enquanto os tanqueiros, que transportam diesel e gasolina, seguem com o abastecimento normal em todo Estado e em negociação com a BR Distribuidora, com o governo federal e com outras distribuidoras.  

O Sindicato dos Transportadores de Combustíveis e Derivados do Petróleo de Minas Gerais (Sindtanque-MG) quer o cumprimento da Lei do Frete, que instituiu a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas, e a redução do preço do diesel. Caso não haja acordo nesse sentido, a categoria afirma que vai parar as atividades.

Em maio deste ano, caminhoneiros de diversos setores fizeram greve. Na ocasião, por causa da falta de combustível, escolas e postos de saúde foram fechados e supermercados ficaram desabastecidos. 

Mesmo com os postos abastecidos, os motoristas de BH fizeram uma corrida para encher os tanques. O temor de muitos é que a situação fique parecida com a ocorrida na primeira greve dos caminhoneiros. Desde sábado (1º), todos os postos estão lotados e muitos empresários aproveitaram para aumentar o preço do combustível. 

Lei do Frete 

Conforme o Sindtanque, uma das principais reivindicações da categoria é o cumprimento da Lei 13.703/2018, conhecida como Lei do Frete. Ela foi sancionada em 8 de agosto e instituiu a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas. Mas os tanqueiros reclamam que as regras não estão sendo cumpridas. 

"Desde a publicação da lei, por falta de fiscalização, os transportadores, de todos os setores, vêm amargando grandes prejuízos, pois os embarcadores têm se recusado a obedecer a tabela de frete mínimo. Exemplo disso é a própria BR Distribuidora, que reduziu o frete em mais de 20% em seus leilões”, justifica o presidente do Sindtanque-MG, Irani Gomes. 

Ele também critica o aumento de 13% no preço do diesel, nas refinarias, anunciado pela Petrobras no dia 31 de agosto. “Mesmo com o aumento do preço do petróleo no mercado internacional, o governo tem que cumprir a Medida Provisória 838/2018 e manter a subvenção de R$ 0,46 no valor do diesel até o final do ano”, cobrou. 

O presidente do Sindtanque informou que, se nos próximos dias as distribuidoras não cumprirem a lei e nenhuma providência for tomada pelo governo federal, os transportadores de combustíveis e de derivados de petróleo que atuam no Estado poderão cruzar os braços a qualquer momento e por tempo indeterminado. 

A reportagem procurou pela BR, distribuidora da Petrobras, e aguarda retorno. SindTaque/DivulgaçãoSindTaque divulgou um manifesto repudiando a atitude da BR Distribuidora

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