Com mercado desaquecido, chega a hora de comprar imóvel novo

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
14/04/2015 às 08:11.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:38
 (Arte HD)

(Arte HD)

A venda de apartamentos prontos caiu 2,7% em Belo Horizonte em 2014, na comparação com 2013, uma redução de 542 imóveis. Apesar da diminuição na quantidade de transações, o setor faturou 5,65% a mais, com receita saltando de R$ 8,33 bilhões para R$ 8,804 bilhões na mesma base de comparação. Para 2015, a expectativa é de que o mercado imobiliário continue desaquecido devido ao período nebuloso pelo qual atravessa a economia. Queda nos preços dos imóveis no médio prazo é um possível reflexo. Aumento de juros para financiar e mais burocracia na hora de bater o martelo também.
Os dados são da pesquisa Transações Imobiliárias, realizada pela Câmara do Mercado Imobiliário, Sindicato das empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais) e pelo Instituto de Pesquisas Econômicas e Administrativas da UFMG (Ipead), com base nas emissões do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI).
No ano passado, as vendas ficaram no azul de janeiro a março. Em abril, no entanto, teve início uma série de quedas, no confronto com o ano anterior. De acordo com o presidente da CMI/Secovi-MG, Otimar Bicalho, a Copa do Mundo, realizada em junho e julho, foi o estopim para a retração nos negócios. “As pessoas esperaram passar a Copa para fazer alguma aquisição. Depois dos jogos começarem as especulações sobre as eleições e as vendas não decolaram”, afirma.
Em agosto as comercializações ficaram positivas, com alta de 4,62% no confronto com igual mês do ano anterior, mas voltaram a cair no mês seguinte. Em novembro, houve outra recuperação, que não se sustentou. O mercado caiu 15,12% em dezembro.
Bicalho avalia que o setor passa por um momento difícil, com mais rigidez dos bancos na hora de aprovar crédito e aumentos sucessivos da taxa básica de juros, que afasta o investidor. “A Caixa aprova, teoricamente, 90% do financiamento imobiliário. Na prática, é muito raro que o banco libere mais de 80%”.
Na contramão, o comprador também está mais receoso. Conforme avalia Bicalho, as pessoas têm se preparado mais para investir a longo prazo.
“São financiamentos de dez a 35 anos. As pessoas estão temendo pelos empregos delas”, completa o diretor da Caixa Imobiliária Netimóveis, Kênio de Souza Pereira. Conforme avalia, se o mercado seguir nesse ritmo, a tendência é a de que haja uma redução no preço dos imóveis. Já no curto prazo, Souza afirma que quem tem dinheiro na mão consegue fazer um bom negócio. “Tem muita gente querendo vender imóveis rápido. Quem tem dinheiro, é a hora”.

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