(Marcelo Camargo/EBC/FotosPúblicas)
O comandante do Exército Brasileiro, general Eduardo Villas Bôas, afirmou que o parecer do Comitê de Direitos Humanos da ONU, que pede a liberação da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à presidência da República, “é uma tentativa de invasão da soberania nacional”. A declaração foi feita em entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo e publicado neste domingo (9).
De acordo com o general, dependerá do povo brasileiro permitir ou não que a candidatura se confirme. Ele alega, no entanto, que trata-se de algo preocupante e que pode comprometer a estabilidade, as condições de governabilidade e a legitimidade do próximo governo.
Perguntado sobre a posição das Forças Armadas caso Lula se torne elegível e ganhe as eleições, Eduardo Villas Bôas disse que são uma instituição do Estado responsável por cumprir as prerrogativas estabelecidas a quem é eleito presidente. “Não há hipótese de o Exército provocar uma quebra de ordem institucional. Não se trata de fulanizar. O pior cenário é termos alguém sub judice, afrontando tanto a Constituição quanto a Lei da Ficha Limpa, tirando a legitimidade, dificultando a estabilidade e a governabilidade do futuro governo e dividindo ainda mais a sociedade brasileira. A Lei da Ficha Limpa se aplica a todos”, afirmou na entrevista.
Sobre o atentado ao deputado Jair Bolsonaro, candidato do PSL ao Planalto, o comandante do Exército afirmou que “é a materialização das preocupações que a gente estava antevendo de todo esse acirramento dessas divergências, que saíram do nível político e já passaram para nível comportamental das pessoas”.
Leia mais: