Comerciante confessa morte e acusa namorado de universitária de ser cúmplice

Clarissa Carvalhaes - Hoje em Dia
04/11/2015 às 17:21.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:20
 (Jornal O Registro/Divulgação)

(Jornal O Registro/Divulgação)

O namorado da estudante de biomedicina Larissa Gonçalves de Souza, de 21 anos, está detido na delegacia de Extrema, no Sul de Minas, sob suspeita de participação no crime da jovem.

Segundo o delegado Lídio Gomes Pinto, o comerciante José Roberto Freire, de 35 anos, confessou ter contratado um casal do interior de São Paulo para matar a estudante. Eles teriam assassinado Larissa na casa do empresário e cobrado R$ 1 mil executar a jovem.

O crime teria acontecido, segundo Freire, no mesmo dia do sequestro, dia 23 de outubro. Ainda de acordo com relato do delegado, o empresário teria apontado o namorado de Larissa como o mentor de toda a ação.

Motivação

Durante depoimento, José Roberto Freire revelou que, ao descobrir o relacionamento homossexual do namorado com ele, Larissa teria ameaçado contar para toda a cidade. Ela havia lido uma mensagem trocada entre os dois e, desde então, vinha questionando o namorado sobre o episódio e exigindo mais atenção da parte dele. "Foi a partir daí, segundo Freire, que eles começaram a arquitetar a morte dela", disse Lídio Gomes.

A versão de Freire, no entanto, é contestada pelo namorado da estudante. Segundo o delegado, ele nega qualquer participação no crime e envolvimento sexual com o comerciante. O rumo das investigações surpreendeu moradores de Extrema, familiares e amigos próximo ao casal.

Durante o enterro da estudante, na madrugada desta quarta-feira (4), o jovem, de também 21 anos, não apenas compareceu à cerimônia, como ficou ao lado da mãe de Larissa durante todo o tempo. Para não atrapalhar as investigações, ele permanecerá detido, segundo o delegado.

O crime

De acordo com Plínio Gomes, uma pessoa, que a polícia mantém a identidade sob sigilo, compareceu até a delegacia no último domingo e afirmou que o namorado de Larissa e Freire mantinham relações desde junho último. "Foi a partir dessa denúncia que chegamos até o comerciante. Ao ser interrogado, Freire não negou envolvimento e passou a cooperar dando detalhes do crime", explica Lídio.

O celular de Larissa foi localizado na casa do suspeito, que também se apresentava como agente de modelos. O namorado de Larissa trabalhava para ele. Segundo o delegado, Freire tem passagem na polícia de Nazaré, interior de São Paulo, por crimes que vão desde fraude na prefeitura da cidade até a suspeita de um homicídio. "Ele nunca escondeu sua homossexualidade, mas quando mudou-se para Extrema poucas pessoas o conheciam".

O corpo da estudante foi encontrado próximo a um mirante de Extrema, ponto turístico da cidade. "Ela estava com as roupas e não apresentava marcas de abuso. O corpo estava dentro de um saco plástico, com as mãos e pés amarrados com fios elétricos. Não foi possível identificar as causas da morte, mas, ao que tudo indica, ela teria sido asfixiada", detalha Gomes.

Revolta

Logo que Freire confessou o crime e a notícia chegou até os moradores da cidade, centenas de pessoas foram até a loja do comerciante e e incendiaram a loja de confecções do empresário. Polícia Militar diz que ainda tentou cercar a área, mas não teve como conter cerca de 500 moradores enfurecidos (veja vídeo).

O caso

Larissa estava sumida havia 12 dias, quando foi vista sendo abordada por um casal no momento em que estacionava seu carro na rodoviária da cidade. Desde o desaparecimento, familiares e amigos iniciaram uma campanha na tentativa de encontrá-la.

O namorado da vítima postou dezenas de fotos na rede social que, na tarde desta quarta estava repleta de ataques de internautas que o chamam de "assassino" e "traidor".

A jovem estudava biomedicina em Bragança Paulista (SP), para onde embarcaria, deixando seu carro na rodoviária. A polícia chegou a cogitar a possibilidade de sequestro, mas depois descartou a ideia, já que não houve pedido de resgate.

O carro da estudante foi encontrado estacionado próximo a um ponto de ônibus, com as portas destrancadas, vidros fechados e com a chave na ignição. Ela havia dito a familiares que desconfiava que vinha sendo seguida.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por