Companhias aéreas cancelam voos para Caracas diante de confrontos no país

Estadão Conteúdo
01/05/2019 às 13:51.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:28

Diversas companhias áreas cancelaram voos internacionais com destino a Caracas nesta quarta-feira, após os protestos violentos registrados na capital do país ontem. A companhia espanhola Air Europa informou que os voos de hoje para Caracas foram suspensos e que outros cancelamentos poderão ser anunciados nos próximos dez dias.

A agência de viagens Molina Viajes, com sede em Caracas, divulgou que os voos provenientes de Miami para Caracas e com destino à cidade norte-americana também foram suspensos. A companhia Estelar cancelou seu voo de Buenos Aires, na Argentina, para a capital venezuelana, mas continua operando os voos que vêm de e para o Peru e o Chile.

Até o início da tarde, o metrô de Caracas operava normalmente, depois de ter seus serviços interrompidos ontem feira durante os confrontos na capital.

Mais cedo, o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, disse a repórteres na Casa Branca que o secretário de Estado do país, Mike Pompeo, pretende discutir nesta quarta-feira com o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, sobre os desdobramentos do conflito na Venezuela.

Bolton e outros funcionários dos EUA alegam que a Rússia é responsável pela decisão de Maduro de permanecer no país. Bolton e Pompeo afirmaram que Maduro estava pronto para voar para Cuba na terça-feira, após uma tentativa de revolta militar contra seu governo, até que a Rússia o persuadiu a permanecer no país. 

Confrontos

Manifestantes contrários ao regime do presidente Nicolas Maduro voltaram a entrar em confronto, nesta quarta-feira, com forças de segurança da Venezuela. Os oficiais usaram bombas de gás lacrimogêneo para dispersar opositores reunidos no bairro de El Paraíso, na zona oeste da capital Caracas. Alguns manifestantes pediram aos agentes que parassem de atirar na população e muitos permaneceram no local apesar das ações dos policiais.

As centenas de apoiadores do líder da oposição Juan Guaidó estão nas ruas de Caracas atendendo ao apelo de Guaidó por mais protestos. Ontem, o dia de protestos foi marcado por violência, que deixou cerca de 100 feridos. O governo Maduro reprimiu manifestações em Caracas e nas principais cidades do país. Maduro conseguiu manter a coesão das Forças Armadas, com comandantes do exército proclamando publicamente sua lealdade ao líder socialista.

À noite, um dos principais opositores do governo, Leopoldo López, padrinho e mentor político de Guaidó e que desafiou sua prisão domiciliar para se unir ao movimento, se refugiou em embaixadas estrangeiras. Hoje, o governo da Espanha confirmou que Lopez e sua família estavam na residência do embaixador espanhol em Caracas, depois de terem inicialmente buscado a representação chilena no país. 

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