Conta de luz em BH assusta mais do que o novo coronavírus; Cemig nega abusos

Evaldo Magalhães
primeiroplano@hojeemdia.com.br
04/05/2020 às 19:37.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:25
 (Mauricio Vieira)

(Mauricio Vieira)

As contas de maio da Cemig começaram a chegar há poucos dias às casas dos consumidores residenciais do Estado. Mas, ao menos na capital, já provocaram uma avalanche de queixas quanto a valores supostamente abusivos. Isso em um cenário de “bandeira verde” no setor elétrico (ou seja, sem aumentos) e de tarifas congeladas desde maio de 2019.

No bairro Buritis, Oeste da cidade, por exemplo, moradores têm registrado seguidas reclamações em um grupo de Facebook. “Pessoal, segue o alerta para o que está acontecendo com nossas contas de energia da Cemig”, publicou uma integrante, na última quarta-feira, junto a fotos de contas da estatal que apontam R$ 287,54, em abril, e R$ 606,16, em maio.

“Minhas contas já são bem altas para um padrão com dois adultos e uma criança, já existe a rotina do home office e, portanto, a pandemia que ‘nos mantém em casa’ não deveria ter tido um impacto tão considerável assim na conta de energia em minha casa”, completou ela na postagem, que recebeu, até ontem, 1,1 mil curtidas e 1,3 mil comentários, a maioria com situações parecidas.

Síndica de um condomínio de 24 apartamentos, também no Buritis, a orientadora educacional Cláudia Chaves Fonseca, de 55 anos, informa que para “mais da metade dos moradores” do prédio, entre os quais ela e a mãe, a elevação na fatura de maio da Cemig foi “abusiva”. “Fiquei espantada com o aumento de mais de 90%, ainda mais que não alteramos em nada nosso consumo. Uma vizinha relatou que a conta dela veio cinco vezes maior: de R$ 57 para R$ 254”, disse Claudia, lembrando que formalizar queixas na Cemig também tem sido difícil. “O atendimento presencial está suspenso e os únicos canais disponíveis são virtuais”.

Consumo
A companhia descartou, ontem, a possibilidade de um “erro em massa” que explicasse a subida de faturas. O mais provável, informou, é que três fatores possam ter dado o “susto” em alguns consumidores.

O primeiro seria o aumento do consumo doméstico com o isolamento social após a pandemia da Covid-19 – a fatura de maio é a primeira a medir tal impacto. O segundo diz respeito ao “ciclo de faturamento” que separa as medições da estatal. “Em abril, tivemos dois feriados e isso pode fazer com que o ciclo de alguns tenha crescido de 28 para 33 dias. Nesse caso, o cliente tende a pagar uma conta mais alta”, afirmou o gerente de Comunicação da Cemig, Elieser Correia.

Além disso, a dificuldade de leitura de relógios em alguns casos, como no de comércios, fechados pela pandemia, pode ter forçado a empresa a calcular a fatura de maio pela média dos 12 meses anteriores – o que justificaria aumentos ou recuos de valor. “Mas isso só ocorreu com 2% dos clientes”, disse Correia.

 

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