Conta de luz pode cair em 2016, se São Pedro ajudar

Rafael Sânzio - Hoje em Dia
19/08/2015 às 15:45.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:25

Está nas mãos de São Pedro a redução da tarifa de energia elétrica da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) na data do próximo reajuste, previsto para 8 de abril do ano que vem. A projeção da direção da empresa é de que, se a estação chuvosa deste ano ficar dentro da média histórica de precipitação, nem mesmo a alta do dólar, que influencia o preço da eletricidade comprada de Itaipu, será suficiente para impedir o alívio na conta do consumidor mineiro.   O diretor de Relações Institucionais e Comunicação da Cemig, Luiz Fernando Rolla, avalia que, se São Pedro colaborar, os fatores que levaram ao pesado reajuste deste ano não estarão presentes em 2016. Influenciaram no aumento de 2015 o custo maior da geração termelétrica, utilizada para compensar os baixos níveis dos reservatórios das hidrelétricas, além dos encargos regulatórios do setor, entre eles a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que é cobrada embutida nas faturas de todos os consumidores e repassada ao governo federal.   A CDE é recolhida para bancar o pagamento de subsídios e custos de geração térmica, entre outras despesas setoriais. De acordo com Rolla, em 2015 essa conta chegou a R$ 25 bilhões em todo o país. "No ano que vem, não será mais", projeta.   Para a Cemig, foi estabelecida uma cota de R$ 2,147 bilhões neste ano, ante R$ 194 milhões em 2014.   Neste ano, as tarifas de distribuição da Cemig subiram em três ocasiões. Em janeiro, com a instituição das bandeiras tarifárias, criadas para cobrir os gastos com geração térmica a cada mês. A partir de 2 de março, por conta do reajuste extraordinário de 28,76% aplicado para repor as perdas decorrentes da crise hidrológica. Em em 8 de abril, com o reajuste tarifário anual de 7,07%.

Residências e indústrias reduzem consumo, mas receita aumenta com a alta da tarifa   Com a energia mais cara, o consumo caiu. No segundo trimestre de 2015, a Cemig Distribuição vendeu 4,1% menos energia na comparação com igual período de 2014.   As residências cortaram o consumo em 8,6% no segundo trimestre, enquanto as indústrias, que são o carro-chefe do mercado consumidor da concessionária, reduziram o consumo em 3,1%.   A retração, porém, não foi suficiente para neutralizar o aumento de receita decorrente do reajuste tarifário. Entre abril e junho, a Cemig teve uma receita líquida consolidada de R$ 5,3 bilhões, 14,7% superior aos R$ 4,7 bilhões do segundo trimestre do ano passado.   Mas mesmo com o faturamento maior, a Cemig lucrou 27,9% a menos no segundo trimestre. O lucro líquido consolidado da companhia foi de R$ 534 milhões em 2015, contra R$ 741 milhões em igual intervalo do ano passado.   O motivo do encolhimento do lucro foi o aumento de 29,7% nas despesas, com destaque para os gastos com energia e gás comprados para revenda.   As despesas maiores afetaram também a geração de caixa da Cemig, medida pelo Lucro antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortizações (Lajida), que recuou 21,7% no segundo trimestre, para R$ 1,2 bilhão, contra R$ 1,5 bilhão em igual período de 2014. Esse indicador é importante, pois dá a medida da capacidade da empresa de investir e honrar seus compromissos. De acordo com o diretor de Relações Institucionais e Comunicação da Cemig, Luiz Fernando Rolla, mais da metade do caixa da Cemig vem do setor de geração.   A força do setor de geração no caixa da empresa, detalhou Rolla, decorre dos altos preços da energia no mercado spot (à vista), em função dos reservatórios baixos. Neste ano, a Cemig colocou neste mercado a eletricidade das usinas de Jaguara e São Simão, cujas concessões são disputadas com a União, e portanto não podem firmar contratos de longo prazo de fornecimento.  

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