Corte de trabalhadores na unidade da CSN em Congonhas pode chegar a 950

Bruno Porto - Hoje em Dia
19/01/2016 às 06:56.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:04
 (Eugênio Moraes)

(Eugênio Moraes)

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) iniciou 2016 colocando em prática em amplo plano de cortes de empregos na unidade de Congonhas, na região de Campos das Vertentes. A intenção seria a de desligar 950 trabalhadores dos cerca de 4,5 mil empregados pela mineradora na cidade. Até nessa segunda (18), as demissões somavam 230, segundo o sindicato, o que já motivou uma reunião do prefeito, José de Freitas Cordeiro (PSDB), com a direção da empresa na tentativa de conter as demissões.

Em Congonhas, a CSN opera a mina de Casa de Pedra, que bateu recorde de produção no terceiro trimestre de 2015, o último dado disponível. Apesar da produção em alta, os preços do minério de ferro estão em queda, e sem perspectivas de mudança de viés. No terceiro trimestre do ano passado a companhia contabilizou prejuízo de R$ 533 milhões.

De acordo com o diretor do Sindicato Metabase de Congonhas, Ivan Targino, a empresa comunicou a decisão de reduzir em 20% sua força de trabalho no último dia 11, o que totalizaria cerca de 950, e imediatamente começaram os cortes. No dia seguinte, o prefeito esteve reunido com o diretor da Área Mineral da CSN, Daniel dos Santos Júnior, e o executivo teria justificado a redução no quadro de pessoal com o preço baixo do minério, mas assegurado que as dispensas se limitariam a 150, que já haviam sido desligados na data do encontro.

“Fiz um apelo à empresa para parar as demissões porque os trabalhadores não vão conseguir se recolocar no mercado e tive o compromisso de que não seriam mais de 150 demitidos. Depois, no mesmo dia, me reuni com o sindicato que me informou dos 20% de redução, aí solicitei uma audiência com o governador para expor a situação”, afirmou o prefeito, José de Freitas.

A reportagem questionou a CSN sobre as demissões, mas até o fechamento desta edição a empresa não havia respondido.

Aço

Outro setor em que a CSN atua, com planta em Volta Redonda (RJ), também atravessa um período de resultados ruins e perspectivas negativas. Nessa segunda (18) o Instituto Aço Brasil (IABr) publicou o balanço da siderurgia no país em 2015. As vendas de aço no ano foram 16,1% menores que no ano anterior, e mesmo as exportações, que aumentaram em volume, caíram 5,9% em valores na mesma base de comparação. Seguindo tendência global, a produção de aço em 2015 foi 1,9% menor do que em 2014.

Para o analista da Ativa Corretora, Lenon Borges, os dados do IABr apontam para balanços financeiros do quarto trimestre das empresas ainda piores que os do terceiro. “A receita vai continuar retraindo, e empresas como Usiminas e CSN terão queda forte no EBITDA (geração de caixa), talvez até negativo, como ocorreu com a Usiminas no terceiro trimestre”, disse.
 
No terceiro trimestre de 2015 a mina de Casa de Pedra produziu 7,46 milhões de toneladas de minério de ferro, aumento de 17% sobre o trimestre anterior e um recorde trimestral.

No Rio de Janeiro, a empresa estaria estudando a paralisação da produção do alto-forno 2 por 90 dias. A CSN não confirma

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