A proposta apresentada na última semana pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, ao Parlamento Europeu é considerada por especialistas uma saída necessária, porém paliativa para solucionar a crise migratória. O plano consiste em dividir entre os países o recebimento dos cerca de 160 mil refugiados. . “O acolhimento das pessoas é consequência. O problema maior, a causa da migração deveria ser discutida e atacada por governos e instituições internacionais”, sugere o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV)/IBS, Cláudio Alfradique, especialista em Relações Internacionais. Para ele, as medidas que estão sendo tomadas não são estruturais e não resolverão o problema a médio e longo prazos. “Ações de segurança para deter a ascensão do Estado Islâmico, por exemplo, são saídas interessantes”, completou. A Comissão Europeia também propôs a criação de um fundo de emergência para a África no valor de € 1,8 bilhão para ser utilizado pelos países de origem e os de trânsito dos migrantes. “Já é um começo para tentar estabilizar países em desaceleração econômica”, concluiu Alfradique. As propostas ainda precisam ser aprovadas no Parlamento Europeu. Outro lado Muitos cidadãos decidiram não esperar a “divisão justa” dos refugiados pela União Europeia e estão tomando a dianteira, criando iniciativas para ajudá-los. Na Islândia, por exemplo, mais de 11 mil pessoas se ofereceram para receber refugiados em suas casas. Na Alemanha, jovens criaram um site que funciona como o popular Airbnb, mas, no lugar de atender turistas, disponibiliza quartos para serem alugados por refugiados. (Com agências)