Cresce demanda por blindagem em Minas

Marcelo Ramos - Hoje em Dia
27/08/2014 às 08:09.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:57
 (Divulgação)

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Blindar um automóvel tem se tornado uma necessidade nos grandes centros brasileiros. De acordo com a Associação Brasileira de Blindados (Abrablin), a procura cresceu 15% em 2013 em relação a 2012. E Belo Horizonte tem seguido a tendência, mesmo que de uma maneira mais tímida, segundo revendedores de automóveis e fornecedores de insumos para blindagem.

Mas, apesar de a demanda ainda ser pequena, a DuPont licenciou a primeira oficina de Minas Gerais para instalação da blindagem do tipo Armura.

Mais leve, mais barata e tão eficiente quanto uma blindagem convencional (conhecida como nível A3), a Armura já está no mercado desde 2008, mas só chegou a BH agora, devido ao aumento de interesse do consumidor em buscar proteção adicional.

De acordo com o empresário Rodrigo Gorkon, proprietário da oficina de funilaria Ateliê Automotivo, que recebeu certificação das Forças Armadas e da DuPont para a preparação dos automóveis, a expectativa é blindar quatro automóveis por mês.

“Esse tipo de blindagem é mais acessível, no preço e também em quais automóveis pode ser instalado. As opções mais robustas exigem carros com mais potência, pois pode ultrapassar os 180 quilos, além de ter um custo médio de R$ 50 mil. A Armura pesa apenas 90 quilos, que corresponde a um ocupante a mais. Além disso, parte dos R$ 21.950, valor para revestir um compacto como o Chevrolet Agile”, explica o empresário, que aponta que para um utilitário-esportivo (SUV) como um Fiat Freemont, o preço sobe para R$ 37.500.

Início de procura

O aquecimento do mercado de blindagem começa a ser percebido nas revendas de automóveis de luxo de Belo Horizonte. De acordo com o diretor geral da Audi Carbel, Miguel Cândido, há dois anos não se falava no assunto.

“O interesse é recente em Belo Horizonte, mas temos percebido que há um pequeno volume de clientes que se interessam por esse tipo de proteção. Em outras cidades, como São Paulo, o mercado é bem aquecido, tanto que a Audi certificou três blindadoras para seus automóveis”, afirma Cândido.

Na mesma toada, o proprietário da revenda de automóveis de luxo AvantGarde Motors aponta que a demanda ainda é baixa. “Em Belo Horizonte, a blindagem ainda não é um fator de compra. Dos 80 carros da loja, só um é blindado. Se fosse em São Paulo, certamente seria 40% do showroom”, compara.

Violência urbana define criação de produto específico para o Brasil

O Brasil se tornou o maior consumidor de automóveis blindados do mundo, segundo a DuPont, com uma frota de aproximadamente 120 mil carros.

A demanda fez com que a empresa desenvolvesse um tipo de blindagem exclusiva para o mercado brasileiro para proteção contra violência urbana, como explica o gerente de produto da Dupont, Allan Gorham.

“Percebemos que havia um novo nicho a ser explorado. Somos fornecedores de insumos para blindadoras que fazem a blindagem nível A3, que é focada na proteção contra crime organizado. A Armura foi desenvolvida para garantir a segurança dos ocupantes do automóvel em condições de violência por ocasião, como tentativas de assalto, que são muito comuns”.

Apesar de mais leve e mais barata que a Nível A3, Gorham explica que a blindagem garante eficiência contra disparos de armas de fogo de calibres 380, .38 e .40 e também tem vida útil indeterminada.

“Toda blindagem civil é feita para suportar disparos de pistolas, a diferença é que utilizamos polímeros mais leves e finos, com um peso médio de 25 quilos por metro quadrado. Além disso, esse material tem um índice de dilatação muito parecido com o do vidro, o que reduz o risco de delaminação, que é a formação de bolhas que torna a blindagem dos vidros ineficaz”, aponta.

O sanduíche das janelas é composto por uma lâmina de vidro, uma primeira camada de polímero, nova camada de vidro e uma segunda camada de polímero.

Já no revestimento da lataria, a Armura utiliza as mesmas mantas de Kevlar (um tipo de fibra sintética que pode ser sete vezes mais resistente que o aço) usadas na blindagem nível A3. O tecido é aplicado em todo o habitáculo, inclusive no teto e também em parte dos para-lamas para evitar a penetração de projéteis.

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