Criação de vagas por micro e pequenas empresas mineiras cresce 200% em maio

André Santos
andre.vieira@hojeemdia.com.br
08/07/2021 às 07:43.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:21
 (Maurício Vieira\Hoje em Dia)

(Maurício Vieira\Hoje em Dia)

Minas Gerais fechou o mês de maio com um saldo positivo de 20.816 vagas de emprego nas Micro e Pequenas Empresas (MPEs). É o que mostra um levantamento do Sebrae Minas – com base nos dados do Cadastro Geral de Desempregados (Caged). O desempenho das MPEs mineiras é o melhor para o mês nos últimos sete anos e cresceu mais de 200% se comparado a abril.

A performance alcançada em maio é a segunda melhor de 2021, perdendo apenas para fevereiro – quando as micro e pequenas empresas geraram mais de 33 mil postos de trabalho. Em comparação com as médias e grandes empresas – que conseguiram saldo positivo de 9.700 vagas –, o desempenho das MPEs em maio representa mais do que o dobro.

95 mil postos 

Somente neste ano, as MPEs acumulam 95 mil vagas, o que deixa Minas em segundo lugar na geração de empregos pelos pequenos negócios no país, atrás apenas de São Paulo.

Em um paralelo com 2020, o aumento no cenário da geração de novos empregos nos pequenos negócios é expressivo. Em maio do ano passado, o segmento fechou o mês com saldo negativo de 25 mil vagas. Se somados os primeiros cinco meses de 2020, foram 83 mil vagas perdidas. 

Recuperação

Para a analista da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas, Gabriela Martinez, o resultado alcançado em 2021 mostra uma recuperação dos empregos perdidos no ano passado, motivada pela volta do funcionamento de atividades ligadas ao comércio e serviços.

“As MPEs têm esta característica de reagirem muito rápido a qualquer tendência de recuperação, como está acontecendo agora. Com a gradual flexibilização das atividades econômicas, são elas que mais vão responder gerando novos empregos para suprir suas necessidades”, destaca Gabriela.

Serviços e comércio

Entre os setores que mais geraram empregos em maio entre as MPEs destacam-se o de serviços – com 8,3 mil novos postos – e o comércio – que gerou 6 mil novos postos de trabalho. E, com as expectativas de melhoras para os próximos meses, muitos pequenos empresários estão acelerando o ritmo de contratações. Este é o caso de Thiago Kempen, sócio de uma startup de consultoria e educação para profissionais da odontologia. No início do ano, a empresa tinha apenas quatro pessoas trabalhando – entre elas, os dois sócios.

Em maio, com o aumento do faturamento em 30%, Thiago contratou mais duas pessoas e agora está com processo seletivo aberto para admitir mais um funcionário. “Praticamente, dobramos o número de colaboradores e o nosso ritmo de crescimento está muito bom”, comemora o empresário.

“Vamos fazer um aporte financeiro nos próximos meses, lançamos um aplicativo para auxiliar nossos parceiros e creio que esse é só o início de uma escalada ainda maior”Thiago Kempen - Sócio de startup

Serviços se destacam, com saldo positivo de 34 mil vagas

Nos cinco primeiros meses de 2021, as MPEs ligadas ao setor de Serviços foram as que mais geraram empregos – com saldo de 34 mil postos de trabalho. A Indústria vem na sequência, com 21 mil novos postos, seguida do Comércio – com 19.700. A Construção Civil, com 15.800, e a Agropecuária, 4.600, fecham a lista.

Em Belo Horizonte, de acordo com os dados do Sebrae Minas, o saldo de empregos em maio entre as MPES foi positivo em 4.300 postos de trabalho. A capital mineira é a terceira cidade do país que alcançou o melhor saldo no segmento, perdendo apenas para São Paulo – com 13.800 – e Rio de Janeiro – com 8.100. O setor de serviços lidera com saldo positivo de 2.259 postos de trabalho, na frente do comércio, 1.299. 

Tendência

Mesmo com a melhora nos números relacionados ao emprego, ainda é cedo para esperar que a tendência apresentada nos últimos meses se torne uma realidade para os próximos. Esta é a opinião do economista do Ibmec Felipe Leroy. Ele diz que os impactos da pandemia precisam ser controlados para que a normalidade se tornar um cenário viável nos próximos meses. 

Impacto da vacinação

“É claro que o panorama é muito melhor do que quando analisávamos no início do ano, e isso é fruto do impacto da vacinação. Há projeções de crescimento do PIB, mas ainda é cedo para cravarmos que estamos saindo da crise e que retomamos o panorama pré-pandemia”, enfatiza o economista.

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