Criadores de mangalarga pedem afastamento de suposto 'laranja' de Wellington Magalhães

Rosiane Cunha
rmcunha@hojeemdia.com.br
14/08/2018 às 22:51.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:56

Criadores de várias regiões do Brasil protocolaram um documento, no dia 30 de julho, na Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM) pedindo o afastamento do presidente da entidade, Daniel Borja, acusado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) de atuar como “laranja” do vereador Wellington Magalhães (PSDC).

Segundo a denúncia, Borja seria responsável pela compra da casa de Magalhães na orla da Lagoa da Pampulha, em BH, bem como carros luxuosos e imóveis em condomínios valorizados. 

Em documento enviado ao presidente do Conselho Superior da ABCCMM, Marcelo Baptista, ao qual a reportagem do Hoje em Dia teve acesso, os associados apontam que as denúncias da ligação entre Borja e Magalhães, acusado pelo MPMG de desviar R$ 30 milhões da Câmara de Belo Horizonte, vem causando desconforto e insatisfação nos associados.  “Para evitar que os problemas pessoais do Daniel atinjam diretamente a imagem e o nome da nossa raça, o ideal é o afastamento do atual presidente, para que assim ele se desvincule da entidade e possa exercer seus direitos, tendo mais liberdade para se defender das diversas acusações”, diz o pedido.

Borja é presidente da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM), maior entidade de criadores de equinos da América Latina, com mais de 15 mil afiliados. De acordo com a entidade, o faturamento do mercado equino no Brasil está em torno de R$16,5 bilhões no ano.

Recentemente, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) manteve a decisão de bloquear os bens de Daniel Borja. Na decisão judicial, a desembargadora Ângela de Lourdes Rodrigues entendeu que a medida é necessária para assegurar o integral ressarcimento do dano.

Wellington Magalhães é suspeito de liderar uma organização criminosa que teria fraudado licitações de publicidade na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Ele chegou a ser preso, mas atualmente responde ao processo com o uso de tornozeleira eletrônica. Segundo o Ministério Público do Estado (MPMG), as fraudes causaram prejuízo de cerca de R$ 30 milhões aos cofres públicos.

Na última quinta-feira (8), o pedido para cassação do vereador afastado Wellington Magalhães foi arquivado na Câmara Municipal de Belo Horizonte.

A reportagem do Hoje em Dia entrou em contato com a assessoria da ABCCMM, que informou que o presidente da entidade não foi afastado.

Confira um trecho do documento:

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