Crise faz concessionárias fecharem as portas; sobreviventes lutam por vendas

Tatiana Lagôa
primeiroplano@hojeemdia.com.br
07/02/2017 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:44

O aumento de 17,1% na fabricação de veículos no país em janeiro, frente a igual período de 2016, não é reflexo da melhora no mercado interno, mas sim do balanceamento entre produção e estoques das montadoras. 

Nacionalmente, os emplacamentos de veículos, que são o melhor termômetro de vendas, caíram 5,2% na mesma comparação. Em Minas Gerais, a queda foi de 8,39%. 

Segundo levantamento divulgado ontem pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), foram produzidos 174,1 mil veículos no primeiro mês do ano, contra 148,7 mil em janeiro de 2016. 

Mas o levantamento mostra que as vendas foram de apenas 147,2 mil unidades no país, número 28% menor que dezembro. 

Em Minas Gerais, foram emplacados 8.040 veículos em janeiro. O número está 9,7% abaixo do registrado em dezembro, conforme dados do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos de Minas Gerais (Sincodiv-MG). 

No acumulado do ano passado, frente a 2015, houve queda de 24% nas vendas das concessionárias mineiras. 

Com a demanda em declínio, já foram fechadas no país 1,5 mil concessionárias de veículos.

Motivos

De acordo com o presidente do Sincodiv-MG, Camilo Lucian Hudson Gomes, são várias as justificativas para a queda nas vendas, dentre elas, menor acesso ao crédito, juros altos, desemprego, queda na renda e falta de confiança do consumidor na economia. “O reflexo disso é o fechamento de várias empresas além das vagas de trabalho no estado”, diz. 

Em BH, a concessionária Jorlan, da Chevrolet, reduziu o quadro de funcionários em 30% desde 2015, segundo o diretor de vendas do grupo, Eduardo Alves de Oliveira. Graças às promoções, 2017 começou um pouco melhor. A empresa vendeu 15% a mais do que em janeiro de 2015. 

Mas nem todas as empresas tiveram a mesma sorte. A Mila Veículos, também na capital, mesmo com liquidação e feirão, ainda ficou com um resultado 10% inferior ao de janeiro passado. 

Conforme o diretor da empresa, Antônio João Teixeira, a partir de 2015 a concessionária iniciou um processo de redução de custos, com corte de 40% dos trabalhadores. 

Para o analista do setor automotivo, Milad Kalume, no segundo semestre deste ano as vendas deverão melhorar. “Acho que o setor deverá ter um crescimento em torno de 3%”, afirma. “Há uma expectativa de melhora neste ano por causa da base fraca de comparação”, completa.Editoria de Arte / N/A

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