Cursos despertam atenção dos alunos para produção de vinho

Hoje em Dia
22/01/2018 às 06:00.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:51
 (Kelly Brito/Divulgação)

(Kelly Brito/Divulgação)

Com know-how na elaboração e produção de vinhos finos, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) realiza, desde 2008, cursos de iniciação e degustação de vinho, abertos aos interessados de qualquer região. Para muitos, é o primeiro passo para investir na atividade profissionalmente.

Os eventos, que ocorrem principalmente em Caldas, no Sul de Minas, onde está o Núcleo Tecnológico Epamig Uva e Vinho, despertam consumidores e empreendedores para a atividade de produção. 

À frente dos cursos está a enóloga e servidora da Epamig Isabela Peregrino. Com quase quatro anos de trabalho na empresa de pesquisa, Isabela já tem muito do que se orgulhar. 

No currículo, tem a elaboração de vinhos mineiros premiados em Londres no Decanter World Wine Award 2017, promovido pela revista inglesa Decanter, uma das mais tradicionais publicações do segmento no mundo.

A Epamig oferece dois cursos por ano, com capacidade para 13 pessoas em cada edição, já que as outras atividades da vinícola ocupam muito tempo da equipe, o que impossibilita a promoção de mais capacitações. 

Entretanto, com o crescimento do setor e o nome da Epamig à frente, Isabela reconhece que a procura é cada vez maior, com o preenchimento das vagas tão logo são anunciadas. 

Representação

Os avanços da tecnologia para produção de vinhos aumentaram a demanda pela realização do curso em eventos de outras cidades. Mesmo sem sala própria de degustação, como ocorre em Caldas, com pias e taças adequadas à degustação de vinhos diversos, a empresa de pesquisa conseguiu levar, neste ano, o curso à Expocafé, em Três Pontas, na mesma região, e ao evento de aniversário da Epamig, na capital mineira. 

O curso é considerado básico, com duração de duas horas e voltado para pessoas que ainda não têm experiência com degustação de vinho. Com essa proposta, atrai interessados que já são consumidores do produto.

“Explico o que representam as informações trazidas no rótulo, além de como armazenar e o que consumir primeiro na ordem de serviço do vinho, começando pelo espumante, vinho branco, tinto fino e, por último, o vinho tinto de mesa”, relata a enóloga.

Ela acrescenta que, na degustação, é avaliada a parte visual, seguida da olfativa (relacionada ao cheiro) e da gustativa (relacionada ao gosto ou paladar). Todos os vinhos degustados no curso são elaborados na unidade da Epamig em Caldas.

Sobre os vinhos mineiros, inclusive o premiado Maria Maria, Isabela Peregrino ressalta que o volume de produção do Sul de Minas ainda é pequeno, mas é possível encontrá-los em lojas de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.Jonathas Carlos Galdino/Divulgação / N/A

O último curso foi realizado dia 10 de novembro e, mais uma vez, todas as vagas foram preenchidas

Tradição que se renova, viticultura ganha em qualidade com as novas tecnologias 

O vinho é uma das bebidas mais tradicionais do mundo, ainda que sem consenso histórico de quando e como ele teria surgido, antes mesmo da escrita. No Brasil, a chegada se deu com os portugueses na colonização e mais tarde ganhou adeptos da cultura da uva vindos da Espanha, Alemanha, Itália, entre outros países. De lá para cá, novas tecnologias foram surgindo e a viticultura crescendo, sempre buscando novos padrões de qualidade.

No município de Caldas, foi criado, há 81 anos, um dos três centros especializados em pesquisas sobre uvas e vinhos do país. A unidade mineira era vinculada ao Ministério da Agricultura.

Com o passar dos anos, a estrutura passou para o governo do Estado e se encontra sob a gestão da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), que permanece com o mesmo ofício da época da concepção. A região é uma das mais propícias ao plantio de uvas finas.

No entanto, a viticultura sofreu retração nos últimos anos por falta de tecnologia e da falta de atualização dos produtores. Na atividade são cerca de 30 produtores na região Sul do Estado, mas esse número pode mudar com o crescente interesse nos últimos anos, inclusive dos cafeicultores que manifestam interesse no plantio da uva em razão do clima ideal.

Apesar de registrar um consumo per capita baixo, se comparado a países vizinhos como Argentina e Chile, o Brasil tem aumentado as vendas de vinho nos últimos anos, com exceção da queda em 2016, sentida pelo comércio que trabalha com o produto nacional e importado. 

O consumo per capita anual do brasileiro é de apenas dois litros, os argentinos consomem 31,6 litros e os chilenos, 14,7 litros.

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