De olho na genética para mexer com o ponteiro da balança

Patrícia Santos Dumont - Hoje em Dia
28/01/2013 às 07:39.
Atualizado em 21/11/2021 às 21:16
 (Renato Cobucci/Hoje em Dia)

(Renato Cobucci/Hoje em Dia)

Perder as gordurinhas, tornear os músculos e substituir a barriga protuberante por um abdômen sequinho são desejos comuns a muita gente. Fato é que uma parcela importante desse grupo, apesar de seguir dietas e bater ponto na academia, não consegue sequer mover o ponteiro da balança.

A novidade que promete dar um empur-rãozinho na busca pelo corpo ideal é um tipo de mapeamento genético realizado em dois laboratórios, no Rio de Janeiro e em São Paulo.

A técnica indica quais grupos alimentares e atividades físicas combinam melhor com cada padrão genético. O “painel genômico de nutrição e resposta ao exercício”, como foi batizado, surgiu há seis meses no Brasil, mas divide opiniões.

O procedimento, explica a coordenadora do estudo, a hematologista Regina Biasoli, consiste em um mapeamento do ponto de vista da análise da nutrição dietética e da resposta ao exercício de cada paciente.

“A partir de uma coleta simples de saliva, o material genético é analisado. Mais de 72 grupos de genes são mapeados e vão dizer as tendências daquele indivíduo em relação a determinados alimentos, vitaminas e exercícios físicos”, detalha.

Segundo a hematologista, o painel genômico quebra o paradigma da avaliação médica voltada, sobretudo, para a detecção de doenças.

O exame, que não é coberto por planos privados nem pelo Sistema Único de Saúde (SUS), custa R$ 1.200. O resultado sai em quatro semanas.

Outro lado

Para a citogeneticista Betânia Pena, do Laboratório Gene, em Belo Horizonte, especializado em medicina genética, a técnica não tem comprovação científica que assegure sua eficácia.

“Mapeamento genético é coisa séria. Não tenho conhecimento dessa técnica, não sei do que se trata. Não realizamos aqui (no laboratório) e também não recomendo”.
A professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e doutora em genética e biologia molecular Mara Hutz tem opinião semelhante. “Acredito que esse tipo de abordagem e de análise genética não é sério e não tem nenhum fundamento científico”, diz.

Regina Biasoli acrescenta que para os testes terem a eficácia esperada, precisam ser interpretados por um especialista.

“Além disso, é um exame que depende da consciência de cada paciente em relação a torná-lo positivo na vida. É um caminho para que as pessoas se conheçam melhor e promovam uma mudança de atitude”.

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