Decisão de Zema em vetar parte de projeto sobre salários amplia pressão sobre o governo

Da Redação
primeiroplano@hojeemdia.com.br
12/03/2020 às 20:54.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:56
 (Luiz Santana/Arquivo ALMG)

(Luiz Santana/Arquivo ALMG)

A decisão do governador Romeu Zema de vetar parcialmente o Projeto de Lei que concede recomposição salarial para a Segurança Pública, garantindo apenas 13% de correção aos servidores da área em 2020 – e não os 41,7% inicialmente previstos, em três anos –, deve ampliar ainda mais as pressões sobre o Executivo mineiro, nos próximos dias. 

Ontem, pouco após a publicação do veto, agentes do setor no Estado reuniram-se com deputados da bancada da Segurança para debater estratégias de ação. Segundo o presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra), sargento Marco Antônio Bahia Silva, os servidores se sentiram traídos. 

“Na terça, tivemos uma reunião com o Bilac Pinto (ex-secretário de Governo, que renunciou após a decisão do governador), garantindo que Zema iria sancionar a recomposição de 41,7% e vetar tudo aquilo que o governo não colocou no projeto. Encaramos isso como uma traição”, afirmou.

Segundo ele, a categoria irá fazer pressão para que o Legislativo derrube o veto do governador. “Quando o projeto voltar à Assembleia, vamos trazer caravanas do interior com pelo menos 10 mil servidores para pressionar”.

Já se a Assembleia mantiver os vetos, nem mesmo uma greve de policiais poderia ser descartada. “Não previmos nada para esse caso, mas as consequências disso são danosas. Vai ter reação”, disse o sargento.

Ao justificar a decisão, Zema alegou que a situação econômica mudou, sobretudo após a crise mundial do coronavírus, e tornou inviáveis os índices inicialmente previstos. Tanto o veto quanto a saída de Bilac tiveram consequências políticas. 

Após a renúncia do secretário, que dará lugar ao secretário-geral do Executivo, Igor Eto – que, por sua vez, será substituído por Matheus Simões (Novo) –, parlamentares da base aliada anunciam reunião para “avaliar os rumos do bloco do governo”. Para os deputados da Segurança, Zema terá sérias dificuldades na Assembleia. “Não vai ter quórum nem para aprovar moção de aplauso”, disse o deputado Sargento Rodrigues (PTB). 

Já a oposição, que propôs estender reajustes a todo o funcionalismo, atuará para derrubar os vetos do governador. A votação deve ocorrer dentro de 30 dias. 

  

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