Deflação em BH supera 6 capitais; batata-inglesa foi responsável por uma das maiores pressões

Marciano Menezes
mmenezes@hojeemdia.com.br
02/06/2020 às 20:01.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:40
Preço da cesta básica caiu em relação a fevereiro, também tendo como principal fator a queda do preço da batata (Maurício Vieira/Hoje em Dia)

Preço da cesta básica caiu em relação a fevereiro, também tendo como principal fator a queda do preço da batata (Maurício Vieira/Hoje em Dia)

Belo Horizonte registrou na última semana de maio o maior índice de deflação entre as sete capitais pesquisadas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) ficou em -0,75% na cidade, seguida por Porto Alegre (-0,71%), Brasília (-0,67%), São Paulo (-0,60%), Salvador (-0,39%), Recife (-0,22%) e Rio de Janeiro (-0,09%) .

As maiores pressões de alta no índice em BH foram exercidas pela batata-inglesa, cujo aumento saltou de 7,33% do dia 22 do mês passado para 16,39% no índice divulgado no último dia 31, bem como pelas refeições em bares e restaurantes em sistema delivery, neste período de pandemia, com os índices variando de -0,28% para 0,66%.

Por outro lado, a maior influência negativa no índice ficou com a banana prata, com queda de -16,29%. Os combustíveis também registraram retração, com os preços da gasolina caindo 8,51% e o álcool 13,35%. As quedas, contudo, foram menores que na semana anterior (22 de maio): na ocasião, o litro da gasolina recuou 9,39% e o do etanol, - 14,53%. 

Em relação à última semana de abril, o IPC-S da capital mineira ampliou a deflação, saltando de -0,16 % para -0,75 %. Com o resultado de maio, o indicador acumula alta de 1,76% em 12 meses.

Banana caiu 16% e ampliou índice negativo

Para o professor Juliano Lima Pinheiro, administrador de empresas, em circunstâncias como o atual a sensação de deflação não chega a ser sentida pelo consumidor devido à metodologia dos institutos de pesquisa. “Muitas vezes, ele levam em conta apenas os gastos de famílias que ganham até um salário mínimo, ou até cinco salários mínimos, e acompanham a variação de uma cesta de produtos para esse grupo ao longo da semana ou mês”, explica. 

Já o economista Flávio Constantino, professor da PUC, lembra que, durante a pandemia, com o aumento do desemprego e da queda na renda, as pessoas não conseguem comprar mais o que adquiriam antes. Por isso, têm a sensação que determinados produtos estão mais caros.

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