Depois de "entrevistar" avós, crianças fazem seus próprios brinquedos

Raquel Ramos- Do Hoje em Dia
21/06/2012 às 11:41.
Atualizado em 21/11/2021 às 22:59

Em vez de livros e cadernos, brinquedos e jogos preenchem as carteiras de alunos, e a longa aula discursiva é substituída por brincadeiras ao ar livre. Cenas semelhantes a essas dificilmente são vistas em um ambiente escolar. No entanto, especialistas afirmam que atividades lúdicas não devem ser consideradas um simples passatempo. Ao contrário, quando há planejamento e direcionamento dos professores, elas se transformam em conhecimento e aprendizado para os pequenos.

O tema merece a atenção de docentes de qualquer nível de ensino, segundo a doutora em educação Sueli Ferreira. Para ela, é comprovada a eficiência de brinquedos e brincadeiras como mediadores da educação, desde que as atividades sejam bem conduzidas para que se obtenha do estudante o máximo de aproveitamento. “Podem proporcionar o desenvolvimento da criatividade, do raciocínio e da capacidade motora da criança, além de incentivar a socialização”, diz a pedagoga.

Para alcançar esses benefícios, não importa se a atividade é pular amarelinha ou jogar videogame. “Depende do objetivo que se deseja atingir. Muito se fala sobre ensinar brincadeiras antigas às novas gerações, mas, do ponto de vista educacional, elas não têm mais importância do que os jogos atuais. Já como parte da cultura popular, reconheço a necessidade do ensino de atividades do passado”.

O assunto foi tema de um projeto do Colégio Magnum Cidade Nova, em Belo Horizonte. Os alunos do segundo ano do ensino fundamental foram incentivados a conversar com os avós na tentativa de resgatar brincadeiras que fizeram parte da infância deles.

“A proposta era apresentar às crianças atividades que se tornaram até mesmo folclóricas, para não deixar a tradição morrer”, diz a supervisora Patrícia Marques. Durante os trabalhos, os estudantes também foram desafiados a criar os próprios brinquedos.

Guilherme Dias, de 7 anos, fez uma peteca com jornal. A colega Izabela Fiorene usou fitas e latas de alumínio para “construir” um pé de lata. “A gente fez brinquedos que não são avançados, mas que também são legais”, diz Guilherme.

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