(Fiat/Divulgação)
A Sondagem Industrial, pesquisa mensal realizada pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) sobre a atividade global da indústria, apontou, em novembro, decréscimo nos indicadores de produção e emprego, além do acúmulo de estoques indesejados em pequenas, médias e grandes empresas do Estado.
O índice de evolução da produção recuou em novembro, registrando 47,7 pontos, ante 51,3 pontos em outubro. Em relação aos níveis de emprego, o índice foi de 48,6 pontos, pouco inferior ao do mês anterior (49,3). Conforme a metodologia da sondagem, nesses indicadores os valores abaixo de 50 pontos revelam desaquecimento das atividades.
O indicador de estoque efetivo em relação ao planejado apontou acúmulo indesejado, em novembro, com 51,1 pontos. Isso confirma que, ao longo de 2017, a indústria não tem conseguido ajustar a produção à demanda real, registrando índices sempre acima de 50 pontos.
Embora esses dados mostrem queda de desempenho em relação a outubro, segundo a analista de estudos econômicos da Fiemg, Daniela Muniz, a performance da indústria do Estado no ano continua positiva, refletindo a melhora geral das condições macroeconômicas.
“Os dados de novembro mostram desaquecimento da atividade industrial em aspectos como produção e emprego, acúmulo de estoques e operação aquém do usual para o mês”, diz Daniela.
Por outro lado, o índice que avalia o emprego, mesmo abaixo do de outubro, apresentou o melhor nível para os meses de novembro dos últimos cinco anos. “E o indicador de utilização da capacidade instalada efetiva em relação ao usual, de 40,1 pontos, foi o mais alto para novembro dos últimos três anos”, acrescentou ela.
Segundo a economista, esses e outros indicadores confirmam tendência de recuperação gradual da atividade industrial em Minas, a partir de 2016, mesmo que tenha havido oscilações pontuais de números provocadas, sobretudo, pela insegurança ainda existente no mercado. Uma das causas dessa insegurança diz respeito à realização ou não de reformas prometidas pelo governo federal.
Em relação ao clima de incerteza, Daniela lembra o índice de intenção de investimentos dos empresários mineiros apontado na sondagem. Embora tenha alcançado 53 pontos em dezembro, quatro mês seguido de elevação, e seja o maior desde fevereiro de 2014 (54,3 pontos), ainda não é possível dizer que reflita confiança consensual na retomada da economia.
“Nesse caso, a escala vai de 0 a 100 e o índice ainda atinge quase a metade, o que é pouco para comemorar”, explicou.